O empresário da OAS Léo Pinheiro confirmou ter pago R$ 18 milhões à construtora WTorre para que ela saísse da concorrência da obra do Cenpes.| Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Folhapress

Em novos depoimentos prestados nesta quarta (21), o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o empresário da OAS Léo Pinheiro – ambos em tratativas de delação premiada com a Lava Jato – admitiram à Justiça desvios na Petrobras. Os depoimentos foram prestados a pedido das defesas, na ação que julga desvios de R$ 20 milhões na obra do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobras). Os dois são réus sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro.

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Ambos já haviam sido interrogados antes, mas ficaram em silêncio. Agora, com as negociações da colaboração, pediram para falar novamente ao juiz Sergio Moro.

“Quero reafirmar meu compromisso de atuar como colaborador, dizendo a verdade, e esclarecendo todos os fatos sob minha responsabilidade”, declarou Duque. O ex-diretor da Petrobras afirmou a Moro que tem 20 milhões de euros em contas no exterior, e que estaria disposto a devolver os valores, equivalentes a cerca de R$ 70 milhões.

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“É minha obrigação estar aqui para contar o que não pude da outra vez. Estarei à sua disposição sempre”, afirmou Pinheiro. Ele admitiu que negociou o pagamento de R$ 18 milhões à construtora WTorre, para que ela saísse da concorrência da obra do Cenpes.

Apesar de admitirem crimes, o depoimento de ambos é tomado como uma colaboração espontânea, sem os benefícios do acordo de delação. Nenhum deles conseguiu firmar o acordo até aqui.

O processo, que tem ao todo 13 réus, continua em andamento. Ainda será ouvido, no final de julho, o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, que também é réu na ação. Depois disso, as defesas e o Ministério Público apresentam suas alegações finais e, só então, o juiz emite a sentença.