| Foto: JONATHAN CAMPOS/JONATHAN CAMPOS

A gafe diplomática cometida pelo governo brasileiro de ter exposto um oficial do serviço secreto norte-americano na agenda de compromissos do Palácio do Planalto foi tratada pelo governo dos Estados Unidos como “uma questão política”. A Missão Norte-Americana em Brasília tentou, apesar de já estar revelada a identidade de Duyane Norman, ainda preservar um pouco de segredo sobre o caso.

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“Temos conhecimento dos relatos, mas por se tratar de uma questão política, não podemos confirmar ou negá-los”, afirmou a missão à Gazeta do Povo, ao ser questionada sobre o cargo e a identidade de Norton, que foi mencionado na agenda do dia 9 de junho do general Sérgio Etchegoyen (Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República). Na publicação, Norman foi apresentado como “Chefe do Posto da CIA em Brasília”. Os oficiais da CIA em missão em outros países têm a identidade preservada.

Questionado, o GSI confirmou a reunião não se retratou ou retirou do ar o compromisso. Sustentando que a reunião havia ocorrido, o órgão ligado ao Palácio do Planalto afirmou que a divulgação da agenda seguiu as regras previstas na Constituição e na Lei de Acesso à Transparência. A entidade não corrigiu a informação ou negou que Norman seja realmente integrante da CIA. “Registramos que a autoridade americana realizou uma visita de cortesia ao Ministro do GSI por estar retornando aos EUA após o término de sua missão no Brasil”, afirmou o GSI.

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Há poucas referências a Norman na internet. Na página da CIA, ele não aparece, nem mesmo nas buscas. Em seu perfil do LinkedIn, Duyane Norman se apresenta como “Political Officer” do Governo Norte-Americano, cargo que ocupa há 25 anos. Seu local de residência e trabalho é o Lago Sul, bairro nobre da capital federal, onde estão sediadas diversas embaixadas e consulados.

 

O GSI demonstrou tratar com naturalidade a divulgação, não tendo se tratado de erro. Porém, também não há indício de que tenha sido um ato para intencionalmente atingir o governo norte-americano, mas uma gafe na confecção e divulgação da agenda.

O trabalho dos oficiais da CIA consiste em coletar informações úteis para a política de Segurança dos Estados Unidos. Revelar intencionalmente o nome de um agente ou oficial da CIA pode render punição a cidadãos norte-americanos. Isso porque como muitos estão secretamente infiltrados em áreas de conflito, tornar pública essa identidade pode coloca-los em perigo. Isso já aconteceu no passado, quando o Paquistão revelou o nome de um agente da CIA que chefiava as operações no país. Na época, jornal “New York Times”, citando fontes do governo americano, disse que a divulgação teria sido feita intencionalmente, para minar o trabalho da CIA no Paquistão.

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