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Governador de Minas gerais, Romeu Zema, recepcionou militares israelenses que ajudam os bombeiros nos resgates em Brumadinho. | Gil Leonardi/Imprensa MG
Governador de Minas gerais, Romeu Zema, recepcionou militares israelenses que ajudam os bombeiros nos resgates em Brumadinho.| Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

“Estranheza” e “frustração” eram os sentimentos entre militares das Forças Armadas que estão de prontidão desde sexta-feira (25), em Belo Horizonte, para serem empregados nos trabalhos de resgate em Brumadinho (MG). Em um primeiro momento, na ajuda à tentativa de salvamento de pessoas que poderiam estar em áreas isoladas ou em meio à lama, por causa do rompimento da barragem, e, depois, para auxiliar na busca de corpos, na tentativa de diminuir o sofrimento dos que estão em busca de seus familiares.

“Colocamos todo o nosso contingente à disposição, desde sexta-feira, mas o governo de Minas não nos requisitou e tem justificado que a área é restrita, sensível e que há pouco espaço para manobra”, declarou o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, ao ser questionado sobre o porquê de os soldados da Marinha, do Exército e da Aeronáutica não estarem participando da linha de frente dos trabalhos em Minas. “Desde o início colocamos toda a nossa tropa à disposição”, declarou.

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Em São Paulo, o porta-voz do Planalto, general Otávio do Rego Barros, reiterou que mil homens do Exército estão de prontidão para serem empregados, tão logo o governo de Minas Gerais solicite apoio e que eles entrarão em operação imediatamente.

Os militares das Forças Armadas só podem agir se forem acionados pelo governo do estado. O governo local está usando três helicópteros das tropas federais e os militares estão dando suporte aos militares israelenses que chegaram para ajudar na operação.

Curiosamente, o apoio de Israel não precisou do aval do governo de Minas – bastou um ‘ok’ do presidente Jair Bolsonaro – e quase 130 profissionais viajaram mais de 13 horas de avião antes de desembarcarem em Belo Horizonte. Desde segunda-feira (28), eles estão em Brumadinho, auxiliando as forças de resgate que estão no local, após serem recebidos por Zema no aeroporto.

“Penso que já deveriam ter usado”, diz deputado mineiro

O deputado reeleito Fábio Ramalho (MDB-MG), candidato a presidente da Câmara, também se mostrou surpreso com o fato de os militares das Forças Armadas não estarem sendo empregados na operação de salvamento e de resgate das vítimas.

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“Toda ajuda é sempre muito bem vinda”, disse o deputado, ao comentar que vai entrar em contato com o Corpo de Bombeiros local para saber o que aconteceu para o pessoal do Exército não estar participando dos trabalhos. “Penso que já deveriam ter usado (o pessoal das três Forças). Eu penso que a ajuda dos homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica é muito importante nesta hora. Eles têm experiência. O momento é de unir forças”, declarou o deputado, que fez questão de elogiar a “agilidade” e “presteza” do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro, em colocar todos os meios à disposição e empregá-los, no apoio à população de Minas.

Até bombeiros voluntários de SP foram recusados

O governo de Minas Gerais recusou apoio não só das Forças Armadas, mas também de bombeiros voluntários de São Paulo, que também teriam sido impedidos pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais de ajudar nas buscas pelas vítimas da tragédia em Brumadinho.

“O Coronel Almeida disse que o Corpo de Bombeiros não precisa de voluntários, que só o pessoal dele dá conta, porque, inclusive, existe risco de contaminação. Por isso, ele nos deu duas horas para ir embora”, contou o Comandante Santos em entrevista à Jovem Pan.

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Segundo o Comandante, a ajuda do grupo foi solicitada pela Defesa Civil de Minas Gerais. “Percebemos que tem uma briga entre a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. A Defesa Civil nos recebeu muito bem, nos tratou muito bem, o pessoal da Vale nos deu um tratamento irrepreensível”, contou. A justificativa do Corpo de Bombeiros é que apenas militares podem atuar na chamada “área quente”, onde as buscas estão sendo feitas, por risco de contaminação e, por isso, o grupo de voluntários não seria útil.

Ministro evita polemizar

O ministro Azevedo e Silva era chefe do Comando Militar do Leste quando houve o desastre em Mariana e auxiliou nos trabalhos às vítimas naquela época. Ele acompanhou o presidente Jair Bolsonaro no sobrevoo e visita às áreas atingidas, no sábado (26).

O ministro evita polemizar sobre o emprego das tropas, agora, em Minas. Ao ser questionado dos motivos pelos quais as tropas federais não foram solicitadas, ele insistiu que o pessoal foi colocado à disposição na sexta-feira e os mil homens continuam prontos para serem empregados. “Estamos prontos. Só dependemos do pedido deles”, finalizou.

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