| Foto: Daniel Castellano /    Gazeta do Povo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),  só colocará o texto da reforma eleitoral em votação nesta quarta-feira se o quórum for altíssimo, de 490 deputados presentes no plenário. As sondagens feitas na terça-feira (16) entre lideranças dos partidos da base e da oposição mostram uma tendência de aprovação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FDD), o "Fundão", que pode destinar até R$ 3,6 bilhões aos partidos e seus candidatos nas eleições de 2018.

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Já em relação ao "distritão" a percepção é diferente. A tendência é que seja rejeitado. Esse novo sistema eleitoral do país vai privilegiar os mais votados e desconsiderar os votos proporcionais, dados a todos candidatos de um partido. Como se trata de alteração na Constituição serão necessários 308 votos - 3/5 do total - a favor da mudança. Uma proposta dessa precisa ser votada em dois turnos na Câmara e em dois turnos no Senado. 

No papel, os onze partidos que compõem a frente contra o distritão somam 268 votos. Como são necessários os 308 para a aprovação, basta a esse grupo ter a adesão de 205 contrários a esse sistema. Mas a conta nem sempre é essa. Há as dissidências. Ainda assim, o mais provável é sua derrota no plenário, não alcançando os 308. Ainda tem o PSDB, dividido sobre esse assunto. 

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Tem bancada a favor de um desses itens, mas contrário a outro. É o caso do PT: pró-fundão e anti-distritão. O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), defendeu o financiamento público nesta terça. 

"É preciso baratear as eleições. Estabelecer limites dos gastos. Os escândalos que vimos foram com recursos privados. A melhor fórmula é o financiamento misto, com pessoas físicas e o público. De onde vai se tirar o dinheiro? Vai fazer a democracia avançar", disse Zarattini.

Mesmo quem é contrário ao distritão argumentou hoje que há uma corrente da esquerda se posicionando contra esse sistema pegando carona no "discurso fácil" de que vai privilegiar candidaturas de investigados em escândalos como o da Lava Jato. 

"Vou votar contra o distritão, mas me surpreendeu como que, da noite para o dia, virou o que há de pior na política. Dizem que vai personalizar a campanha, vai encarecer, vai dar cobertura a quem praticou maus feitos. É preciso evitar o discurso fácil, a demagogia e esse flerte interesseiro com a opinião pública", disse Orlando Silva (PCdoB-SP). 

O relator da reforma da Previdência, Vicente Cândido (PT-SP), disse à Gazeta do Povo acreditar que distritão e fundão serão aprovados. Ele avalia que, ainda que alguns deputados se manifestem contrários, os comandos de seus partidos estão fechados com esse sistema. 

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