Deputado Marco Feliciano (PODE-SP) está livre da investigação aberta em 2016.| Foto: Alexandra Martins/Câmara dos Deputados

O inquérito policial que investigava o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) por “crimes de estupro, lesões corporais, sequestro, cárcere privado, ameaça e corrupção de testemunha” foi arquivado pelo juiz da 4ª Vara Criminal de Brasília, Aimar Neres de Matos, e publicado nesta quinta (13). As acusações partiram da jornalista brasiliense Patrícia Lélis, 24 anos, em 2016. 

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No processo, que corre em segredo de justiça, o magistrado dá razão ao Ministério Público do Distrito Federal, que pediu para encerrar o caso “por não vislumbrar elementos mínimos para a propositura de ação penal”.  Lélis acabou se tornando ré em São Paulo por suposta tentativa de extorsão de um chefe de gabinete de Feliciano, que chegou a ser detido. 

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Ela fez um boletim de ocorrência afirmando que Talma Bauer a intimidou com uma arma e a manteve em cárcere privado, com a intenção de que ela gravasse vídeos para inocentar o congressista. 

Em outra denúncia, que está hoje no Supremo Tribunal Federal, Lélis também acusa o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de ameaçá-la. Ela militou no PSC, partido ao qual o filho do presidente eleito Jair Bolsonaro pertenceu de 2014 a 2018.

Diz a jornalista que, em julho de 2017, após os dois trocarem ofensas públicas, Eduardo foi falar com ela em particular num aplicativo, o Telegram: “Sua otária. Quem você pensa que é? Se falar mais alguma coisa, eu acabo com sua vida”.

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No Telegram, as mensagens são deletadas assim que a outra pessoa as lê. Lélis, contudo, filmava a tela. “Isso é uma ameaça?”, ela reagiu. “Entenda como quiser. Depois reclama que apanho [sic]. Você merece mesmo. Abusada. Tinha que ter apanhado mais para aprender a ficar calada. Mais uma palavra e eu acabo com você. Acabo mais ainda com a sua vida.”

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Depois de ser denunciado, Eduardo chamou a jornalista de mentirosa (“basta dar um Google e você vai ver os diversos casos de mentira”) e lembrou da situação com Feliciano. “Essa moça, Patrícia Lélis, já deveria ter sido interditada.”

Procurada pela reportagem, a jornalista afirmou que, “devido às ameaças de morte que eu sempre recebi deles, não moro mais no Brasil”.