Projeções feitas pela ONG Aavaz na noite desta terça-feira (1) pressionam os deputados a aceitar a denúncia contra Michel Temer.| Foto: Divulgação/ONG Aavaz

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que cada deputado terá direito a até 15 segundos para o uso da palavra no momento de pronunciar seu voto na sessão de quarta-feira (2) que definirá o destino de Michel Temer. Até agora não estava assegurada essa possibilidade aos parlamentares.

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Dificilmente, porém, teremos repetição das cenas registradas na votação do impeachment de Dilma Rousseff, quando dezenas de deputados fizeram discursos inflamados citando a família e a pátria, entre outros argumentos. Alguns, estavam enrolados em bandeiras de seus estados e houve quem disparou um artefato que solta uma chuva de papel.

Infográfico: Saiba como será o rito da votação no plenário da Câmara

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A própria circunstância vai pesar. Os governistas, que devem sair vitoriosos, estão apreensivos quanto ao número de presentes. E não se acredita que os apoiadores de Temer façam manifestações calorosas. Os opositores, sim, devem exprimir votos num tom mais forte e usando todos os 15 segundos.

“Os governistas vão dar um voto envergonhado, irão dizer sim (ao parecer pelo arquivamento da denúncia) num tom baixo, e olhe lá”, acredita o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

Os líderes dos partidos da oposição passaram o dia reunidos tentando definir uma estratégia única. Não chegaram a um consenso. Eles não devem marcar presença, a princípio, na parte da manhã. A sessão se inicia às 9 horas. E nem à tarde. Somente o farão quando governo tiver colocado os votos suficientes, 342 no caso, para a votação ter início. Maia prevê que o governo colocará esse quórum e estima que a votação terá início às 14 horas e se encerrará às 19 horas.

Placar da votação: Veja a tendência de voto dos deputados sobre a denúncia contra Temer

Os opositores questionaram ainda Maia sobre o rito. Pelo que está previsto no rito da sessão, apenas o relator Paulo Abi-Ackel (PSDB-MS), que lerá um texto pela rejeição da denúncia do procurador Rodrigo Janot contra o presidente, e o advogado de defesa de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, se manifestarão, logo na abertura da sessão, que será aberta com a presença de 51 deputados registrada no painel. Cada um deles terá até 25 minutos.

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O líder do PSOL, Glauber Braga (RJ), e outras lideranças da oposição, defenderam que o antigo relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que deu parecer pela continuidade da denúncia contra o presidente, também tivesse direito à palavra, mas Maia negou.

A oposição também queria que a votação ocorresse à noite, para aproveitar o horário nobre da televisão, mas como não houve acordo na reunião de líderes, Maia vetou isso, dizendo que seguirá o que está escrito no regimento da Casa.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]