| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

É extremamente delicada a situação deputado afastado Rocha Loures (PMDB-PR) no Conselho de Ética da Câmara. O presidente desse colegiado, Elmar Nascimento (DEM-BA), classificou como “grave” o caso do parlamentar, em entrevista à Gazeta do Povo na manhã desta terça-feira.

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Nascimento dará prosseguimento ao pedido de cassação do mandato de Loures protocolado ontem no Conselho pelos presidentes do PSB, PSOL e pela Rede. Ainda hoje ele enviará o pedido para a Secretaria Geral da Mesa para que seja numerado e, depois, retorna ao órgão. O presidente afirmou que deverá marcar a reunião para a abertura do processo propriamente dito contra Loures na semana que vem, quando será escolhido, por sorteio, o relator do caso.

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“A situação do deputado é grave. A mim, neste momento, cabe dar sequência ao pedido feitos por três partidos”, disse Elmar Nascimento, evitando maiores comentários de mérito já que preside e poderá vir a votar no julgamento.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de Rocha Loures ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi indeferido. Fachin, porém, atendeu o pedido de afastamento de Loures do mandato, que ocupava como suplente, que ele entregasse seu passaporte e está proibido de contato com qualquer outro investigado nesse escândalo.

Na impossibilidade de prisão, Janot pediu ao ministro que Loures passasse a usar tornozeleira eletrônica, o que também não foi atendido por Fachin. O Ministério Público entender ter “vasto material probatório” contra Rocha Loures e que os fatos imputados a ele são “gravíssimos”. Ele é acusado de corrupção passiva, corrupção ativa e pertencer a uma organização criminosa.

No pedido, Janot afirmou que as imagens de Loures recebendo uma mala supostamente com R$ 500 mil era suficiente para decretar sua prisão em flagrante, mas foi evitada naquele momento para possibilitar ampliar a investigação. O deputado foi gravado em conversas Joesley Batista, dono do grupo JBS, tratando de recebimento de propina em troca de favorecimentos ao empresário no governo.

Na noite desta segunda-feira, Janot pediu a Fachin e pediu que enviasse ao plenário recurso que pede a prisão de Loures e do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

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Em nota, na noite desta segunda, a defesa de Loures afirmou não haver motivo para a prisão do cliente. “A defesa aguarda pelo STF a manutenção da decisão que negou o pedido do Ministério Público. O deputado no momento oportuno irá prestar todos os esclarecimentos devidos” - afirmou em nota o advogado José Luis Oliveira Lima.