Chegada do petista a Curitiba ainda é envolta de muito mistério| Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Ao longo desta terça-feira (09), uma pergunta tomou conta de toda Curitiba: quando o ex-presidente Lula chega à cidade? Às vésperas de seu depoimento ao juiz federal Sergio Moro, a visita já era responsável pela movimentação policial que bloqueava as ruas próximas à Justiça Federal e também pela chegada de manifestantes a favor e contra o petista. No entanto, o que ninguém sabia dizer era o momento de sua chegada à capital paranaense.

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A versão oficial é de que Lula só aparece em Curitiba na manhã desta quarta-feira (10). Alguns mais detalhistas – ou criativos – contam que ele chegará no Aeroporto Afonso Pena e embarcará em um carro ainda na pista em direção ao fatídico encontro no prédio da Justiça Federal, marcado para as 14 horas. No entanto, ninguém confirmou que é assim que as coisas vão realmente acontecer.

“Nem Dilma, Maduro ou Macron”

O Instituto Lula não comentou o assunto e o diretório do PT no Paraná não deixou escapar nenhuma informação sobre uma possível recepção e nem sobre a agenda do petista na cidade. “Não sabemos que horas o Lula chega. Nem a Dilma, o [presidente venezuelano Nicolás] Maduro ou o [presidente francês Emmanuel] Macron”, brincou a assessoria do partido.

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Enquanto o ex-presidente não chega, outros petistas de projeção nacional já se acomodaram entre as araucárias e as capivaras de Curitiba. E todos eles reforçaram o discurso de que “Lula, só amanhã”. Em um evento realizado pelo PT paranaense, tanto o presidente nacional do partido, Rui Falcão, quanto o deputado federal Zeca Dirceu foram veementes ao dizer que Lula chegará poucas horas antes de seu encontro com Sergio Moro. Alguns militantes disseram apenas que a “linha de frente do partido” iria recebê-lo, sem saber afirmar quando e onde.

No rastro de Lula

Só que sempre há aquele que acaba dando com a língua nos dentes. Na manhã desta terça-feira, o deputado estadual Tadeu Veneri deixou escapar que o ex-presidente chegaria à “República de Curitiba” — ou Monarquia, como defendeu Falcão — ainda nesta noite, se hospedando em algum hotel da região. Foi o bastante para que todos, principalmente a imprensa, fossem à loucura. Veículos organizam uma verdadeira força-tarefa para acompanhar cada passo de Lula na cidade e saber onde e quando ele chegará é vital para cobertura de seu depoimento.

É claro que Veneri voltou atrás e disse que era apenas uma especulação sua, mas o monstro já havia sido solto. Em pouco tempo, nomes de possíveis hotéis começaram a surgir — para o terror das recepcionistas, que tiveram de lidar com incessantes telefonemas de quem queria confirmar a informação. Em alguns casos, jornalistas se hospedaram nesses locais na expectativa de “armar uma tocaia” ao petista e arrancar alguma rápida declaração. Rapidamente, alguns hotéis já disseram que a história não era com eles.

Sósias pela cidade

No fim da tarde, surgiu a informação de que Lula estaria chegando em um voo fretado no Aeroporto Afonso Pena dentro de alguns minutos. Equipes se mobilizaram e correram para recepcionar o ex-presidente — em vão. Em paralelo, começaram a surgir boatos de que ele estaria vindo de carro para despistar a imprensa e que ficaria na casa de amigos. Mas quem seria o amigo do “Amigo”? Ninguém sabe, mas vendo como os rumores cresceram rapidamente, não é de se duvidar que acordemos na quarta-feira com informação de que sósias foram espalhados pela cidade para enganar a todos.

E, ainda que Lula não tenha chegado mesmo a Curitiba, sua presença já pode ser sentida — em alguns casos, com um toque de literalidade. Uma repórter da Gazeta do Povo que foi enviada para uma dessas tocaias trombou com o advogado do petista, Roberto Teixeira, em um hotel. Não é prova o suficiente para dizer que o petista está por aqui, mas o bastante para se tornar uma história que toda a imprensa local vai lembrar.

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