O decreto federal assinado pelo presidente Michel Temer nesta sexta-feira (16) que determina intervenção federal no Rio de Janeiro até 31 de dezembro de 2018 traz já em seu segundo artigo o nome do novo homem forte da segurança pública no estado. É o general do Exército Walter Souza Braga Netto, comandante do Comando Militar do Leste (CML), que reúne um efetivo de 50 mil militares, o equivalente a 24% do efetivo militar terrestre.
Ele foi nomeado interventor federal – um cargo de natureza militar – e terá a missão de garantir a ordem pública em meio a um cenário de descontrole da violência e desarticulação das forças de segurança do Rio. Braga Netto irá comandar as polícias militar, civil e os bombeiros.
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O interventor já tem um conhecimento prévio do que vai encontrar. Ele ocupou posto chave nos trabalhos do Exército na Olimpíada do Rio, em 2016. Foi o coordenador-geral da assessoria especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Os militares atuaram, durante os eventos esportivos, no patrulhamento de aeroportos, entorno dos estádios, além de monitorar revistas nos estádios.
Braga Netto, que era comandante da 1ª Região Militar antes dos jogos, passou a comandar o CML em setembro de 2016, cerca de um mês depois da Olimpíada, nomeado pelo próprio Temer. O CML abrange as áreas administrativas e operacionais do Rio de Janeiro, Espírito Santo e boa parte de Minas Gerais.
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Ele foi, também, um dos generais enviados ao Espírito Santo, em fevereiro de 2017, após onda de violência no estado, depois que policiais militares capixabas fizeram uma espécie de “greve branca”. Parentes de soldados fizeram piquetes nas portas dos batalhões, impedindo a saída de policiais.
O comandante é natural de Belo Horizonte. Já foi comandante do 1º Regimento de Carros de Combate e chefe do Estado-Maior da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada do CML. De acordo com o ministério da Defesa, Braga Netto possui 23 condecorações nacionais e outras quatro estrangeiras.
“Há muita mídia”, diz interventor
Em sua primeira manifestação pública ao ser confirmado como interventor, o general Braga Netto disse que a situação da violência no Estado não está tão ruim. Ele afirmou haver “muita mídia” em cima do assunto.
Braga Netto pouco falou na entrevista concedida no Palácio do Planalto, ao lado dos ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, e da Defesa, Raul Jungmann, justificando que tinha “acabado de receber a missão”, que ainda “estava em fase de planejamento” e por isso não poderia adiantar nada sobre como será desenvolvido o trabalho. Questionado pela reportagem após a declaração, o general disse que “a situação do Rio é grave, mas não está fora de controle”.
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