Deputado paranaense Luiz Carlos Hauly (PSDB) foi o segundo parlamentar mais bem avaliado no ranking deste ano.| Foto: Divulgação

“O brasileiro tem memória curta? Não mais”. É esse o mote do Ranking dos Políticos, ferramenta que analisa e classifica a atuação parlamentar e histórico de processos dos senadores e deputados. Nesta quarta-feira (22), os representantes do ranking entregaram prêmios aos 30 melhores parlamentares, na segunda edição da premiação (veja a lista dos premiados). No primeiro lugar, a senadora Ana Amélia (PP-RS), seguido pelo deputado paranaense Luiz Carlos Hauly (PSDB).

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O objetivo da ferramenta é facilitar para o eleitor a decisão na hora do voto. Mais de 2 milhões de eleitores já acessaram o ranking. Nos próximos onze meses, até as eleições, os criadores do Ranking dos Políticos esperam multiplicar por dez o total de acessos, chegando a 20 milhões. 

“Se a gente conseguir essa meta, estaremos prestando um serviço ao país, reelegendo os melhores e trazendo bons novos políticos”, afirmou Renato Feder, um dos criadores do ranking.

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Este é o sexto ano de existência do Ranking dos Políticos, que já conta com mais de um milhão de visualizações em seu site por mês. A página no Facebook registra mais de 700 mil curtidas. Nesse período, a busca por informações confiáveis sobre a atuação parlamentar cresceu, na avaliação de Renato Dias, representante do ranking. Com a Operação Lava Jato e a crescente disseminação de notícias falsas nas redes sociais, o interesse do eleitor em buscar informações que ele confie vem aumentando. 

“Notamos um maior interesse da população na política. Cada dia mais o brasileiro discute política. Isso aumenta a importância do ranking. No passado a gente sabia quem eram os 11 jogadores da seleção brasileira, agora sabemos quem são os 11 ministros do STF”, afirmou Dias. 

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O grupo não tem ligação partidária ou a um movimento político. “Neste ano, a primeira colocada foi a senadora Ana Amélia, do PP, e o último colocado foi o senador Ivo Cassol, também do PP. Isso dá uma amostra de como o partido não é levado em consideração. Temos os critérios e o cálculo é automático”, apontou Dias. 

Ferramentas como o Ranking dos Políticos devem servir também para que os eleitores cobrem dos parlamentares resultados por sua atuação, além de escolherem seus candidatos antes de irem às urnas. Renato Dias afirma que o eleitor pode também consultar o ranking diariamente, para acompanhar o trabalho dos parlamentares.

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“Às vezes, vemos a população reagindo a uma votação ou a alguma lei nova, mas não tem a cobrança anterior. Já vimos que isso funciona. Quando o parlamentar se vê pressionado, ele reage. Se tivermos a mesma pressão que temos em votações como a do impeachment, para temas que não chamam tanto a atenção, a qualidade das votações vai melhorar também”, disse Dias. 

Qualidade dos projetos deve ser prioridade

Segundo colocado no ranking, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), elogiou a iniciativa. “Ajuda o eleitor. Na eleição passada eu estava em 27º colocado no ranking. Foi uma surpresa quando cheguei a uma igreja e o pastor disse que eu era um dos 30 melhores parlamentares. Eu não sabia. A importância dessa ferramenta cresceu, com a presença das redes sociais e entidades da sociedade civil que estão todos de olho na atuação dos políticos. Há uma fiscalização e controle social cada vez maior, o que é bem-vindo”, afirmou. 

Para Hauly, um parlamentar precisa se preocupar com a qualidade e relevância dos projetos que apresenta para ter atuação relevante para o eleitor. “Qualidade dos projetos é o mais importante. Sempre trabalho os grandes temas do país, as reformas estruturantes. Minha participação nos debates são sempre construtivas. Eu sempre tenho lado, uma posição, e procuro liderar os colegas na minha atuação”, disse. 

Os critérios adotados pelo Ranking dos Políticos para conferir pontuação aos parlamentares são: Presença nas sessões, Privilégios (gastos do mandato); Processos Judiciais e Qualidade Legislativa. Neste último quesito, um conselho pontua as leis consideradas mais importantes levando em consideração principalmente o combate à corrupção, aos privilégios e ao desperdício de recursos públicos. Também são critérios a Formação; a quantidade de filiações partidária em sua carreira; e pontos extras por iniciativas relevantes apresentadas, mesmo que não sejam aprovadas.