Segundo a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ), 96% dos R$ 8 bilhões do orçamento de segurança pública do Estado deste ano estão comprometidos com pagamento de pessoal e outra parte com custeio e logística| Foto: Congresso/Wikimedia

Relatora na Câmara dos Deputados do decreto de intervenção federal no Rio, a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ) irá incluir no seu relatório a necessidade de que o governo federal defina quanto vai custar a operação e assegure a responsabilidade pelos custos de toda a operação, que irá durar até 31 de dezembro. A relatora afirma que o estado do Rio não tem orçamento para bancar a intervenção federal.

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Parlamentar experiente, no seu quarto mandato e sexto partido, Laura foi escolhida por sua proximidade com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que na sexta-feira anunciou a preferência por um parlamentar do estado para essa missão. Maia fez uma previsão que haveria disputa por esse posto, o que de fato ocorreu.

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A relatora acredita que o texto vai alcançar, sem dificuldade, a maioria simples dos votos necessários para aprovar a intervenção. A votação deve ocorrer nesta terça. Ela apresenta seu relatório na tarde desta segunda.

“Sim, passa tranquilo. Essa é a esperança. Se acabar a esperança, acabou tudo”, afirmou Laura Carneiro à Gazeta do Povo, na tarde deste domingo.

A deputada entende que aprovar a intervenção não é ceder um “cheque em branco” ao governo.

“Já tivemos experiências com os militares no Rio. O que é preciso ficar claro é que não se trata de uma intervenção militar. É preciso tirar isso da cabeça das pessoas. É uma intervenção federal”, disse Laura.

“Apenas o gestor escolhido é um militar (o general Braga Netto). Uso a expressão gestor e não interventor. Mas que vai poder usar todas as forças. Isso precisa ser explicado para as pessoas. Estamos lidando com um modelo de intervenção que nunca ocorreu antes no país”.

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Laura Carneiro contou que irá pedir ao governo federal, no seu relatório, que apresente um PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional), que é de alçada do Poder Executivo, com a destinação orçamentária do recurso para a operação.

“Sou a favor, mas tem que ter dinheiro”

A deputada diz que, apesar de previsto no decreto, o estado do Rio não tem condições financeiras de bancar a intervenção. Segundo ela, 96% dos R$ 8 bilhões do orçamento de segurança pública do Estado deste ano estão comprometidos com pagamento de pessoal e outra parte com custeio e logística.

“E sobram R$ 180 milhões! Como fazer uma intervenção dessas com R$ 180 milhões?!”

A relatora afirmou que não bastam as ações militares, mas serão necessárias medidas complementares na área social. Para ela, a presença do ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, na reunião no Rio neste sábado é uma sinalização de que esse “lado” não será esquecido.

“É um indicativo importante a presença do ministro. As ações sociais, como programas para jovens e crianças, são fundamentais para o sucesso de uma ação desse porte”, disse a deputada.

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