• Carregando...
 | Reprodução
| Foto: Reprodução

O Tribunal Superior Eleitoral abriu uma sindicância e acionou a Polícia Federal para apurar uma suposta invasão hacker à rede interna do TSE e ao sistema GEDAI-UE, responsável pelo gerenciamento da urna eletrônica. A denúncia foi feita pelo site Tecmundo, especializado em tecnologia, e pelo portal jurídico Jota, que receberam documentos de duas fontes anônimas, em outubro, que comprovariam os acessos não-autorizados.

Apesar da gravidade do caso, os hackers não tiveram acesso a nenhuma urna eletrônica, segundo a reportagem, mas passaram vários dias coletando informações privilegiadas e confidenciais, como troca de emails, envio de senhas para juízes, credenciais de acesso, entre outros.

A assessoria do TSE disse que o caso foi encaminhado à PF. “O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já encaminhou o caso à Polícia Federal, onde há um inquérito aberto. No âmbito interno do Tribunal, foi instaurada uma Sindicância para apurar os fatos”, informou, por e-mail.

LEIA TAMBÉM: Fraude nas urnas – por dinheiro e soberba, TSE fecha olhos para risco à democracia

O GEDAI é um gerenciador de dados, aplicativos e interface com a urna, que fornece às equipes dos cartórios eleitorais e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) o suporte de software para inserir dados de mídia e receber e enviar as correspondências para os TREs. Ou seja, esse é o sistema usado para carregar as informações de cada urna eletrônica, a partir de um cartão de memória. Isso demonstraria que em momento algum os criminosos tiveram acesso às máquinas usadas nas eleições deste ano, quebrando o sigilo dos votos. Todas as ações foram centradas na intranet do tribunal.

De acordo com o Tecmundo, as fontes anônimas contaram que exploraram vulnerabilidades no sistema interno do TSE e que espionaram durante meses as atividades para entender como funcionariam os sistemas de votação.

LEIA TAMBÉM: Entenda como será o concurso para novo juiz da Lava Jato na vaga de Sergio Moro

Durante esse período de invasão, os hackers mapearam o código fonte do programa usado nas urnas, entre outra atividades, conforme eles mesmo explicaram. “Com isso, obtive milhares de códigos-fontes, documentos sigilosos e até mesmo credenciais, sendo login de um ministro substituto do TSE (Sérgio Banhos) e diversos técnicos, alguns sendo ligados à alta cúpula de TI do TSE, ligado ao pai das urnas (Giuseppe Janino)”.

Sérgio Silveira Banhos é o ministro substituto do TSE desde 2017. Já Giuseppe Janino é o secretário de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral, conhecido por ter sido o criador do coletor eletrônico de voto.

LEIA TAMBÉM: Infraestrutura terá superpoderes contra desperdício e estatais quebradas. Dará certo?

Ainda segundo os invasores, só depois de várias semanas agindo na rede interna é que os funcionários responsáveis pela segurança digital do TSE perceberam tráfego de dados suspeitos, porém não conseguiram impedir a ações. “Fizeram uma perícia para detalhar como o invasor conseguiu obter acesso ilegal à rede, mas mesmo com todos estes procedimentos de segurança que adotaram, incluindo a alteração de senhas de todas as contas, acabou não sendo suficiente para interromper meu acesso aos e-mails e também para a rede interna”.

O que mais preocupa é o tempo que os hackers ficaram dentro do sistema do TSE sem que ninguém percebesse. E mesmo depois de descobrirem a invasão, os técnicos do tribunal não conseguiram banir os intrusos e nem parar suas atividades.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]