O líder do Governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), criticou nesta segunda (29) a autonomia que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem para realizar seus trabalhos, após a descoberta de um suposto esquema de espionagem ilegal que teria sido conduzido, segundo investigações, em parte do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O suposto esquema levou à deflagração de duas fases da Operação Vigilância Aproximada, que mirou o ex-diretor-geral da agência, Alexandre Ramagem (PL-RJ), na semana passada, e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) nesta segunda (29).
“O avanço das investigações sobre evidentes crimes praticados por integrantes da Abin deixa claro a necessidade de ampla reforma no sistema de inteligência do país. Autonomia não pode servir de abrigo para criminosos”, disse o parlamentar em uma rede social.
Na semana passada, uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou em um relatório da Polícia Federal que a gestão de Ramagem teria “instrumentalizado” a agência para fins políticos, monitorando jornalistas, ministros do Supremo e adversários políticos do governo Bolsonaro.
Já o vereador Carlos Bolsonaro foi alvo de mandados de busca e apreensão em sua residência, no gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e na casa de praia da família em Angra dos Reis (RJ). A PF investiga se Carlos recebia informações ilegais da agência de inteligência.
Um relatório da PF indica que Carlos participou do “núcleo político” da suposta organização criminosa formada por funcionários da Abin que monitorou autoridades sem autorização judicial. O vereador ainda não se pronunciou e deve prestar depoimento à polícia nesta terça (30).
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