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O advogado-geral da União, Jorge Messias, reagiu nesta segunda-feira (22) à decisão do governo de Donald Trump de revogar seu visto de entrada nos Estados Unidos, além de impor novas sanções a autoridades e familiares de integrantes do sistema de Justiça brasileiro.
Em nota enviada à Gazeta do Povo, Messias classificou a iniciativa como parte de um “desarrazoado conjunto de ações unilaterais” e disse que as medidas são “totalmente incompatíveis com a pacífica e harmoniosa condução de relações diplomáticas e econômicas” que os dois países mantêm há mais de 200 anos.
O ministro afirmou ainda que recebe “sem receios” a decisão de Washington, mas ressaltou que considera a sanção uma agressão contra o Brasil.
“Reafirmo meu integral compromisso com a independência constitucional do nosso Sistema de Justiça e continuarei a desempenhar com vigor e consciência as minhas funções em nome e em favor do povo brasileiro”, declarou.
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A revogação de vistos de Jorge Messias e aliados de Moraes
Os Estados Unidos revogaram os vistos de entrada do AGU, Jorge Messias, e de outras cinco autoridades brasileiras ligadas ao ministro Alexandre de Moraes, descritos pela Casa Branca como aliados do magistrado. Moraes já foi sancionado pelo governo americano em julho deste ano.
A medida foi anunciada pelo Departamento do Tesouro impondo sanções também à esposa de Moraes, Viviane Barci, e ao Lex Instituto de Estudos Jurídicos, entidade ligada à família do magistrado. Além de Messias, perderam o direito de entrada nos EUA:
- José Levi do Amaral, ex-procurador-geral da República e ex-secretário-geral de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
- Benedito Gonçalves, ex-juiz eleitoral;
- Airton Vieira, juiz auxiliar e assessor de Moraes no STF;
- Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral;
- Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, assessor judicial de alto escalão e ex-auxiliar do ministro.
Na semana passada, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, já havia antecipado que Washington adotaria novas medidas contra autoridades brasileiras, em reação direta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. O anúncio coincide com a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Nova York, onde participa da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).







