Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Pouco tempo para "beija-mão"

Alcolumbre marca sabatina de Messias ao STF para 10 de dezembro

Alcolumbre marca sabatina de Messias para 10 de dezembro
Alcolumbre disse que soube da indicação de Messias ao STF pela imprensa. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Ouça este conteúdo

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), marcou a sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, para 10 de dezembro. A data deixa o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pouco tempo para buscar apoio entre os senadores.

A votação no plenário deve ocorrer no mesmo dia. O relator da indicação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) será o senador Weverton Rocha (PDT-MA), aliado de Alcolumbre. O presidente do Senado defendia a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao Supremo.

Messias precisa ser sabatinado e aprovado pela CCJ, e receber ao menos 41 votos favoráveis no plenário do Senado para chegar ao Supremo. Após o anúncio de Lula, ele marcou a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 185/2024, que regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias, considerado pelo govenro como uma "pauta-bomba".

VEJA TAMBÉM:

Alcolumbre voltou a dizer que só soube da indicação de Messias ao STF imprensa. "Tomei conhecimento pela imprensa da decisão do governo. Estabeleci um diálogo com os senadores para organizar [a sabatina e a votação], pois temos um período curto", disse em um breve pronunciamento nesta tarde.

No último dia 18, o presidente do Senado não escondeu seu descontentamento com a decisão de Lula. "Tem que esperar [a indicação], fazer o quê? Se eu pudesse, eu faria a indicação [ao STF]", afirmou Alcolumbre a jornalistas. Um dia antes da declaração, Lula havia se reunido com Pacheco para informá-lo sobre a escolha de Messias.

Em 2021, Alcolumbre era o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e defendia a indicação do então procurador-geral da República, Augusto Aras, ao STF. No entanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou André Mendonça, seu advogado-geral da União para o cargo.

Insatisfeito com a escolha de Bolsonaro, o senador levou mais de quatro meses para marcar a sabatina de Mendonça. O ministro do STF declarou apoio a Messias. Evangélicos, os dois participaram de um culto na semana passada, em São Paulo.

"Eu não quero que alguém que tenha bons princípios e bons valores passe pela mesma situação que eu passei. Assim como considero que não fui tratado com a devida justiça, eu não quero que um irmão meu passe pelo que eu passei", disse Mendonça.

Apesar de não enfrentar a mesma demora para a realização da sabatina, Messias terá pouco tempo para o chamado "beija-mão" no Senado. O que, na prática, pode inviabilizar sua aprovação. O advogado-geral da União divulgou tentou uma aproximação com Alcolumbre por meio meio de uma nota elogiosa divulgada nesta segunda-feira (24).

Messias se ofereceu para "escrutínio constitucional" e "louvou" o "relevante papel que o presidente Alcolumbre tem cumprido como integrante da Casa". Em resposta, Alcolumbre disse que a sabatina seria marcada "nno momento oportuno" e enfatizou que "cada Poder da República atua dentro de suas próprias atribuições, preservando o equilíbrio institucional e o respeito aos ritos constitucionais".

"O Senado Federal cumprirá, com absoluta normalidade, a prerrogativa que lhe confere a Constituição: conduzir a sabatina, analisar e deliberar sobre a indicação feita pelo Presidente da República", disse o senador.

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.