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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a convocar seus apoiadores para o ato em defesa da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, marcado para este domingo (29), na Avenida Paulista, em São Paulo. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (25) à rádio Auriverde, Bolsonaro pediu mobilização e resiliência: “Não desistam. Se jogarmos a toalha, é sinal de que o sistema venceu. Eu quero é que a democracia vença”.
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Este será o terceiro ato promovido por aliados do ex-presidente em São Paulo desde 2023. A manifestação, segundo Bolsonaro, tem como objetivo pressionar pelo perdão aos envolvidos nos ataques à Praça dos Três Poderes e fortalecer o apelo por justiça “equilibrada”.
Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou não compreender por que setores da esquerda se opõem à proposta de anistia. Para sustentar sua defesa, citou o exemplo histórico da anistia de 1979, concedida pelo então presidente João Figueiredo, que beneficiou militantes da luta armada e agentes do regime militar. “Aquilo pacificou o país. Por que agora não podemos fazer o mesmo?”, questionou.
Para o ex-presidente, anistiar os presos e trazer de volta os brasileiros que se exilaram após o 8 de janeiro seria um gesto de reconciliação nacional. “É hora de pacificar o Brasil, passar uma borracha nisso tudo e olhar pra frente”, afirmou.
O ato de domingo deve reunir parlamentares aliados, familiares de presos e apoiadores de diversas regiões do país. Lideranças da oposição pretendem usar o evento para reforçar a narrativa de injustiça contra os detidos e pressionar o Congresso por uma proposta oficial de anistia.
A mobilização acontece em meio a embates judiciais e políticos sobre as responsabilidades pelos ataques, que deixaram um rastro de depredação nos prédios dos Três Poderes. O STF já condenou mais de 200 envolvidos, com penas que ultrapassam 10 anos de prisão em alguns casos.
Nos bastidores, integrantes da oposição avaliam que o ato é também uma tentativa de reposicionar Bolsonaro no cenário político após as derrotas judiciais e a inelegibilidade imposta pelo TSE. A pauta da anistia tem sido um dos principais motes do ex-presidente em entrevistas e discursos recentes.
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