A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) argumentou que não teve acesso integral aos autos da investigação.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (19) que ele ficará em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal sobre a investigação de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Os advogados argumentaram que Bolsonaro só poderá prestar esclarecimentos se tiver acesso integral aos autos. A PF marcou a oitiva do ex-mandatário para esta quinta (22).

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O advogado Paulo Amador Cunha Bueno, responsável pela equipe jurídica de Bolsonaro, destacou que é “crucial” o acesso a todas as provas obtidas no inquérito, incluindo “todas as mídias obtidas nos aparelhos apreendidos, bem como o conteúdo completo da colaboração premiada” celebrada pelo tenente-coronel Mauro Cid.

“Dessa forma, em decorrência da falta de acesso a todos os elementos de prova, o peticionário [Bolsonaro] opta, por enquanto, pelo uso do silêncio, não abdicando de prestar as devidas declarações assim que tiver conhecimento integral dos elementos”, disse Bueno no documento encaminhado à Corte.

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A defesa afirmou ainda que solicitou informações sobre inquéritos em diversas ocasiões, mas não recebeu o material. Bueno disse que Bolsonaro “tem total interesse em cooperar plenamente com a investigação e provar sua inocência, contudo sua escolha nesse momento não se trata apenas da salvaguarda do direito ao silêncio, mas, primordialmente, da preservação da amplitude do direito à ampla defesa”.

O advogado ressaltou que, desde o início da investigação, Bolsonaro “se viu não só atacado, mas também questionado com base em conteúdo de mídias às quais não teve acesso”.

No início deste mês, o ex-presidente foi alvo da Operação Tempus Veritatis deflagrada pela PF. Segundo a corporação, tem o objetivo de "apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República [Bolsonaro] no poder".

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