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O Coordenador-Geral de Emergências da Secretaria de Vigilância em Saúde;Rodrigo Frutuoso e o secretário-executivo, João Gabbardo dos Reis, durante a coletiva de imprensa sobre à infecção pelo novo coronavírus| Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

O Brasil teve 1.222 novos casos confirmados de coronavírus nas últimas 24 horas. O número é o maior para o intervalo de um dia desde o início da pandemia da covid-19. O recorde anterior, de 1.146 casos, foi registrado nas 24 horas anteriores, entre quinta (2) e sexta-feira (3).

As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde em entrevista coletiva concedida em Brasília neste sábado (4). A entrevista foi ministrada principalmente pelo secretário-executivo do Ministério, João Gabbardo. Questionado sobre a ausência do titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta, Gabbardo citou que o ministro não estava presente porque a coletiva não contava com outros ministros - a partir desta semana, o Palácio do Planalto passou a incluir diferentes pastas nas prestações de informações sobre o coronavírus - e para que que o ministro pudesse "descansar um pouco".

O Ministério informou também que o Brasil tem, hoje, a oitava maior taxa de letalidade por conta do coronavírus em todo o mundo. No total, desde o início da pandemia, o país teve 10.278 casos, com 432 mortes. A barreira dos 10 mil casos foi quebrada neste sábado. Em número absoluto de óbitos, o país está na décima-sexta posição. Os EUA são os países em que há mais registros de coronavírus e a Itália é onde foram identificadas mais mortes, com 15.362 falecimentos.

Gabbardo disse que os números recordes diários de novos casos e de óbitos devem se repetir nos próximos dias, até que a propagação da doença atinja um grau de estabilidade. Ele também afirmou que o Ministério não trabalhará com uma projeção para o número de infectados ou mortos, diferentemente do que fez os EUA. O governo de Donald Trump estima que o país deve ter de 100 mil a 200 mil óbitos em virtude da covid-19.

O secretário também comentou a informação, divulgada ainda na manhã deste sábado, de que o Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e Ceará estariam próximos do estágio de "aceleração descontrolada" da doença. Ele minimizou o impacto do termo; disse que "aceleração descontrolada" é uma expressão técnica para se referir a um estágio em que a disseminação do vírus já não tem mais origem detectada.

Gabbardo foi questionado sobre a aceleração no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, que estiveram entre as primeiras localidades que promoveram medidas de isolamento. Segundo ele, a disseminação no Rio e em Brasília não indica uma ineficiência do isolamento, e sim um sinal de que, sem as restrições, o quadro nas regiões estaria ainda pior.

Também sobre o isolamento em cidades, Gabbardo declarou que o ministério identifica que a decisão sobre a restrição não deve levar em conta o tamanho do município, e sim a taxa de ocorrências da covid-19 nas localidades.

O secretário falou ainda sobre a realização de testes para a detecção da doença. Ele disse que os testes já em aplicação "podem dar muito falso negativo". E explicou que os 5 milhões de testes doados pela empresa Vale ao governo estão sendo inspecionados pelas autoridades de saúde para a comprovação de sua eficácia.

Gabbardo disse considerar positiva a retirada de impostos da hidroxicloroquina anunciada na manhã deste sábado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O chefe do Executivo divulgou também a retirada de tributos da azitromicina e declarou que, nos próximos dias, a mesma medida valerá para o zinco e a vitamina D. "Todos usados no tratamento de pacientes portadores da COVID-19", postou Bolsonaro nas redes sociais.

Doações e recursos
Parte da entrevista coletiva foi utilizada por Gabbardo para desmentir fake news que, segundo ele, têm sido propagadas em nome do Ministério. Segundo o secretário, áudios são enviados por aplicativos de mensagens em que uma pessoa imita a voz do ministro Mandetta e pede doações em dinheiro para uma conta que seria do Ministério da Saúde. Gabbardo destacou que o Ministério não recebe doações em dinheiro. As doações de que o Ministério pode se beneficiar são de equipamentos. Os interessados devem contatar a pasta pelo email juntoscontracovid19@saude.gov.br.

Ainda sobre recursos, Gabbardo destacou que a pandemia tem proporcionado um quadro de hospitais com menor ocupação pelo país. Os brasileiros, segundo o secretário, têm seguido as orientações de permanecer em casa e com isso procuram menos as unidades de saúde. Isso fez com que hospitais pedissem ao Ministério que não sejam remunerados pelo total de pacientes que receberam nas últimas semanas, e sim por uma média histórica. Gabbardo declarou que a pasta concordou com a demanda por entender que a covid-19 deve levar a um pico de internação em breve, e por isso os recursos serão necessários.

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