O ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, criticou a declaração do ex-vice-presidente que afirmou que Lula (PT) quer alimentar uma crise com o Exército.
O ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, criticou a declaração do ex-vice-presidente que afirmou que Lula (PT) quer alimentar uma crise com o Exército.| Foto: José Cruz/Agência Brasil.

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, criticou o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) após o ex-vice-presidente afirmar, em uma entrevista para a Folha de S.Paulo, que Lula (PT) quer alimentar um crise nas Forças Armadas ao demitir o comandante do Exército, o que seria péssimo para o país.

“Mourão diz que Lula quer alimentar crise com Exército ao demitir comandante. Ora, ora, senhor Hamilton Mourão. Poupe-nos da sua hipocrisia, do seu reacionarismo, da sua cegueira deliberada e do seu facciosismo político! Fatos são fatos! Mais respeito a todos os brasileiros! “Péssimo para o país” seria a continuação da baderna, da “chienlit” e da insubordinação claramente inspirada e tolerada por vocês, militares. Senhor Mourão, assuma o mandato e aproveite a oportunidade para aprender pela primeira vez na vida alguns rudimentos de democracia! Não subestime a inteligência dos brasileiros!”, escreveu Barbosa em suas redes sociais.

No sábado (21) o presidente Lula (PT) exonerou o comandante do Exército general Júlio Cesar de Arruda após a crise gerada pelos atos de vandalismo no dia 9 de janeiro. Após os ataques aos prédios dos Três Poderes, a relação entre Lula e o general passou a ficar fragilizada. Um dos motivos foi que Arruda teria impedido a entrada de policiais militares do Distrito Federal no acampamento montado por manifestantes em frente ao Quartel General do Exército após os atos de vandalismo.

Para seu lugar foi escolhido o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que dias antes fez um longo discurso pregando a confiança no resultado das urnas e Forças Armadas apartidárias. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro afirmou que houve uma “fratura num nível de confiança” para justificar a exoneração de Arruda.