O coordenador dos grupos técnicos da transição de governo, Aloizio Mercadante, chega ao Centro Cultural Banco do Brasil.
O coordenador dos grupos técnicos da transição de governo, Aloizio Mercadante, chega ao Centro Cultural Banco do Brasil.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

O ex-senador Aloizio Mercadante (PT), coordenador da equipe de transição, afirmou nesta terça-feira (6) que o governo deve R$ 5 bilhões a organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial do Comércio (OMC) e Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo Mercadante, não há espaço no Orçamento de 2023 para pagar todas as dívidas.

O futuro governo definirá prioridades, organizará um fluxo de parcelas e diminuirá aos poucos o estoque dos débitos. Terão preferência o pagamento a organismos dos quais o Brasil pode perder direito a voto e ser excluído por inadimplência. "O Brasil será excluído de vários fóruns. É uma dívida pesada, que também não tem previsão orçamentária pro ano que vem", disse.

Integrante do grupo de trabalho de Planejamento e Orçamento da equipe de transição, a economista e ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck disse que uma das situações mais urgentes diz respeito à OMC, onde o Brasil está para perder o direito a voto caso não quite as dívidas. Já o economista Antonio Corrêa de Lacerda afirmou que as dívidas e o risco de exclusão do Brasil representam um obstáculo aos planos do governo eleito de recuperar o reconhecimento do Brasil no cenário internacional.

“Isso vai na contramão de um projeto de inserção internacional, porque o básico que você tem que fazer é cumprir esses compromissos junto a esses órgãos internacionais. A participação do Brasil nesses órgãos internacionais é muito importante para essa nova visão de Estado, visão do planejamento e do próprio desenvolvimento nacional”, declarou.

No caso da ONU, se um país dever dois ou mais anos de contribuições regulares, pode perder o direito ao voto. Para evitar essa situação, o Brasil tem pagado algumas parcelas, como no fim de 2020, quando o governo fez um crédito suplementar de R$ 3,3 bilhões para pagar obrigações com a ONU e a Organização dos Estados Americanos (OEA). Com informações da Agência Brasil.