A vereadora Marielle Franco. Professora de SC afirmou que o presidente teria envolvimento no caso
A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram executados em 2018.| Foto: Divulgação/Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou nesta terça, 24, a instauração de um processo administrativo disciplinar contra a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que escreveu publicações falsas contra a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. A mesma magistrada também fez comentários ofensivos contra uma professora que tem síndrome de Down e defendeu um "paredão profilático" contra o ex-deputado Jean Wyllys (PSOL). O colegiado, porém, negou afastá-la do cargo.

Marília Castro Neves já é ré por calúnia perante a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça pelo post em que acusou Marielle Franco de ter "ligações" com o Comando Vermelho - o que é falso. A família da vereadora assassinada moveu uma ação contra a magistrada. O caso ainda não foi julgado, mas a Procuradoria-Geral da República defendeu a condenação da desembargadora.

Agora, a magistrada deverá responder administrativamente pelas publicações. A relatora do caso no CNJ, ministra Maria Thereza de Assis, afirmou que a desembargadora adotou comportamentos preconceituosos e exerceu atividade político-partidária ao se colocar em situações que evidenciam apoio público a candidato ou partido político. Outras publicações de Marília Castro Neves atacando pessoas transexuais e o movimento feminista também foram citadas.