CPI da Covid em reunião em junho do ano passado
CPI da Covid em reunião em junho do ano passado| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad

A CPI da Covid do Senado enviou nesta quinta-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um documento em que lista os atos que justificaram os indiciamentos feitos pelo colegiado em seu relatório final. A CPI indiciou 80 pessoas, relação que inclui o presidente Jair Bolsonaro e os ministros Marcelo Queiroga (Saúde), Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Braga Netto (Defesa), entre outros nomes.

No documento, a CPI elenca todos os crimes que motivaram os indiciamentos e os fatos que levaram à decisão. Por exemplo, no indiciamento por epidemia com resultado morte, feito sobre Bolsonaro, Queiroga, Braga Netto e o deputado Osmar Terra (MDB-RS), cita-se que o governo cometeu omissão "em adquirir a vacina com a necessária celeridade e, por outro lado, expressa recusa em comprar o imunizante", e são apresentados como base memorandos do Ministério da Saúde sobre a negociação para aquisição de vacinas e uma postagem feita por Bolsonaro em que o chefe do Executivo diz que não compraria a vacina Coronavac.

Já em relação ao crime de charlatanismo, que é imputado apenas a Bolsonaro, a referência é a uma declaração do presidente no "cercadinho" do Palácio da Alvorada em que ele afirma que o uso de cloroquina no início dos sintomas da Covid-19 garante "100% de cura" contra a doença.

O envio do documento ao STF foi um pedido feito à CPI pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Ele e a cúpula da comissão trocaram farpas nos últimos dias - os senadores exigiram que o procurador abrisse investigações contra os indiciados, e Aras rebateu dizendo que a CPI não havia enviado material de qualidade à procuradoria.