Líderes do Senado se reuniram para tratar da crise desencadeada pela invasão da Praça dos Três Poderes
Líderes do Senado se reuniram para tratar da crise desencadeada pela invasão da Praça dos Três Poderes| Foto: Pedro França/Agência Senado

O requerimento da senadora Soraya Thronicke (União-MS) para instalação de uma CPI para apurar os atos de vandalismo em Brasília recebeu, até a tarde desta segunda-feira (9), 31 assinaturas. Para que o pedido seja lido em plenário, o requerimento precisa de pelo menos 27 signatários.

"Já foram coletadas todas as assinaturas necessárias para a criação da CPI dos Atos Antidemocráticos. O parlamento dará uma reposta aos terroristas e a todos aqueles que, de alguma forma, participaram das ações que mancharam a imagem da nação", informou o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Nesta manhã, o presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), convocou reunião com líderes na residência oficial do Senado. A expectativa, no entanto, é de que o requerimento da CPI dos atos de vandalismo seja avaliado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que volta a Brasília ainda nesta segunda.

Por conta do recesso do Legislativo, Pacheco convocou sessão extraordinária para essa terça-feira (10). Integrantes do Senado afirmam que são grandes as chances de funcionamento da comissão a partir de fevereiro, depois da posse dos 27 senadores eleitos em outubro passado.

Se a CPI fosse instalada antes disso, ela teria que ser encerrada ao fim da legislatura atual, em 1° de fevereiro. Em paralelo, tramita na Câmara dos Deputados um requerimento para instalação de uma CPI nos mesmos moldes do colegiado proposto no Senado.

Governistas indicam que um dos primeiros atos da CPI do vandalismo será pedir a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso ele ainda não tenha retornado ao Brasil, para prestar depoimento e ser investigado sobre eventuais vínculos com os criminosos. Bolsonaro embarcou para os Estados Unidos no último dia 30 de dezembro, dois dias antes da posse de Lula como presidente.

Após as invasões em Brasília, Bolsonaro condenou os atos de vandalismo pelas redes sociais. Apesar disso, ex-chefe do Executivo lembrou que integrantes da esquerda participaram de depredações em Brasília em 2013 e 2017.