Manifestantes contrários à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) furaram na tarde deste domingo (8) barreiras policiais montadas na Esplanada dos Ministérios e conseguiram invadir o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
A sede do Legislativo foi a primeira a ser invadida perto das 15h. Eles também subiram a rampa e tomaram a parte onde ficam as cúpulas da Câmara e do Senado. Após a chegada dos manifestantes ao Congresso, outro grupo se dirigiu ao Palácio do Planalto. Vândalos também invadiram o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi depredado.
Cadeiras dos ministros foram retiradas do prédio, o sistema de contenção de incêndio foi acionado, inundando o plenário, uma porta com o nome do ministro Alexandre de Moraes também foi removida.
Durante a ocupação da cobertura do Congresso, a tropa de choque da Polícia Militar do DF tentou conter o avanço dos manifestantes, sem sucesso. Houve reação da polícia, com bombas de gás.
O grupo saiu do quartel general do Exército no começo da tarde e seguiu até a Esplanada dos Ministérios, que foi fechada durante todo o dia para o acesso de veículos. Eles percorreram uma extensão de pouco mais de sete quilômetros embaixo de uma leve chuva enquanto gritava palavras de ordem como “Deus, Pátria, família e liberdade” e “Supremo é o povo”. Também havia críticas contra o presidente Lula e a imprensa.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram atos de vandalismo dentro das sedes dos Três Poderes, com vidraças quebradas, gabinetes invadidos e móveis depredados. O plenário do Senado também foi invadido por manifestantes contra a eleição do presidente Lula.
A Esplanada dos Ministérios foi fechada ainda na noite de sábado (7) após os serviços de inteligência identificarem a possibilidade do protesto em meio à chegada de mais de 80 ônibus de várias regiões do país com manifestantes.
Pouco antes das 17h, o batalhão de choque retomou o controle do prédio do Supremo. Aparentemente, os manifestantes foram retirados do interior do STF. O Palácio do Planalto começou a ser retomado pela polícia próximo das 17h10. Durante a ação da cavalaria, um policial chegou a ser derrubado do cavalo pelos manifestantes.
A Polícia Militar do DF divulgou uma nota após as invasões e afirmou que "já se encontrava com reforço de policiamento em virtude do período de fim de ano e das posses federal e local". "Com as manifestações de hoje o reforço de policiamento foi direcionado para região central e todo efetivo da PMDF foi acionado para garantir a incolumidade das pessoas e do patrimônio", diz o comunicado.
Palácio do Planalto
Após chegar ao Congresso Nacional, parte do grupo foi em direção ao Palácio do Planalto. Os policiais que faziam a segurança da sede do Executivo não conseguiram conter a aproximação dos manifestantes, que acessaram a rampa do palácio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que despacha do Planalto, está em Araraquara, no interior de São Paulo, em uma visita para avaliar os danos causados pelas fortes chuvas.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, está na sede da pasta na esplanada. "Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer. O Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo", disse Dino.
Ministro da Justiça convocou Força Nacional
O ministro da Justiça assinou uma portaria autorizando o uso da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, entre sábado (7) e segunda-feira (9). A decisão foi tomada justamente para evitar protestos contra o resultado das eleições.
A portaria determina a utilização da Força Nacional "na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado entre a Rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes, assim como na proteção de outros bens da União situados em Brasília, em caráter episódico e planejado, nos dias 7, 8 e 9 de janeiro de 2023".
No sábado, Dino anunciou que estava tratando com os diretores-gerais da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal possíveis providências contra atos antidemocráticos. Além de acionar a cúpula da PF e da PRF, o ministro disse que também conversou com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
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