Governador João Doria discursando na Avenida Paulista| Foto: Divulgação
Ouça este conteúdo

O governador de São Paulo, João Doria, um dos pré-candidatos do PSDB à presidência da República foi à Avenida Paulista participar do ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde deste domingo. Em rápida entrevista coletiva já no carro de som, Doria não demonstrou muita confiança no avanço de algum processo de impeachment contra o presidente e mostrou estar mais preocupado com as eleições do ano que vem.

“O impeachment não é a principal reforma. Temos que respeitar a Constituição. Com impeachment ou sem impeachment, caminhar pela democracia. Não precisamos, necessariamente, do impeachment. Temos eleições em 2022, eleições diretas, com a urna eletrônica. Se Bolsonaro não receber o impeachment, receberá o impedimento pelo voto, em outubro de 2022, quando será derrotado”, afirmou o governador.

Doria afirmou ser difícil o Brasil retomar a um nível aceitável de investimentos mesmo se superar a pandemia da Covid-19, com o aumento da parcela da população vacinada, por conta das sinalizações de Bolsonaro ao mercado. “O presidente não tem organização, não tem planejamento, não tem ministério. É um governo confuso, um governo retrógrado, um governo autoritário. Ele não agrega, não soma. E o Brasil, hoje, é um país isolado internacionalmente. O Brasil perdeu seus principais aliados: a China, a Argentina, a Alemanha, os Estados Unidos, agredindo as figuras públicas desses países. Hoje, o Brasil é um país esquecido e, ao mesmo tempo, objeto de chacotas, tamanhas as falhas, equívocos e as bobagens que o presidente Bolsonaro produz. Nós temos que resgatar um país que tenha seriedade e respeitabilidade internacional, coisa que perdemos”, declarou.

Publicidade

O governador paulista ainda foi questionado sobre a resistência de alguns deputados federais tucanos à decisão da direção do partido de se posicionar como oposição ao governo federal. “É um passo a passo. Quero cumprimentar o presidente nacional, Bruno Araújo, por aprovar na Executiva que, agora o PSDB é um partido de oposição, não é mais um partido de neutralidade, até porque não há como ser neutro diante de um governo negaconiosta e incompetente como esse. Foi uma decisão importante, é um primeiro passo. E aqueles deputados, cujas posições eu respeito, que se sentirem diferenciados diante da decisão do partido, peçam para sair. Ficará no PSDB quem quer fazer oposição a Bolsonaro. Quem quiser apoiar Bolsonaro, que vá para um partido aliado”, concluiu.