Gilmar Mendes afirmou que o Judiciário não está impedindo a governabilidade do país e que sem as ações do Supremo, durante a pandemia, o Brasil teria muito mais vítimas da doença.
Gilmar Mendes afirmou que o Judiciário não está impedindo a governabilidade do país e que sem as ações do Supremo, durante a pandemia, o Brasil teria muito mais vítimas da doença.| Foto: Nelson Jr./SCO/STF.

Durante entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada neste sábado (11), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que é preciso acreditar na boa-fé do presidente Jair Bolsonaro em referência à carta publicada na quinta-feira (09), onde Bolsonaro atribuiu críticas feitas aos magistrados da Corte ao calor do momento. Para Mendes, é preciso aguardar os desdobramentos da manifestação do presidente. Ele afirmou ainda que as críticas de Bolsonaro têm sido excessivas e tiram o foco dos problemas econômicos enfrentados pelo país.

Ainda segundo o ministro, o Judiciário não está impedindo a governabilidade do país e que sem as ações do Supremo, durante a pandemia, o Brasil teria muito mais vítimas da doença. “O Supremo atuou fortalecendo o isolamento social, fortalecendo a vacinação, fortalecendo as hospitalizações, a ampliação de vagas nas UTIs. E não o seu contrário”, afirmou Mendes.

O decano do STF fez referência ainda às manifestações do dia 7 de setembro, afirmando que a percepção de alguns apoiadores de Bolsonaro de que poderia haver uma ruptura institucional não passam de “delírios”. “Nós não podemos imaginar que amanhã as instituições vão se dissolver porque nós vamos reunir 10, 15, 20 mil pessoas em Brasília, São Paulo, seja aonde for”, disse. “Protesta-se contra o quê? O Supremo está impedindo o Executivo de governar? Em que ponto? Quais são as decisões do Supremo que impediram o governo de governar?” questionou o ministro.