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PF investiga vacinação clandestina contra Covid-19 de empresários e políticos em Minas Gerais.| Foto: Geraldo Bubniak/AEN

A falsa enfermeira presa pela Polícia Federa sob suspeita de aplicar vacinas falsas contra a Covid-19 na garagem de uma empresa de ônibus em Belo Horizonte foi solta na tarde deste sábado (3). Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas deixou a Penitenciária Estevão Pinto, na capital mineira, após ser beneficiada por um habeas corpus concedido no plantão judiciário do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Ela saiu do presídio às 16h30.

A mulher teria aplicado pelo menos 80 vacinas na garagem da viação Saritur, controlada pelos irmãos Robson e Rômulo Lessa, que admitiram a organização do evento de imunização. Um grupo de empresários teria sido um dos clientes da mulher. A suspeita é de que a falsa enfermeira tenha usado soro fisiológico no lugar do que afirmou ser imunizante fabricado pela Pfizer contra o novo coronavírus. O caso foi revelado pela revista Piauí.

A prisão flagrante, na última terça-feira (30), havia sido convertida em preventiva após audiência de custódia. A detenção foi justificada pelo artigo 373 do Código de Processo Penal, que prevê pena de dez a 15 anos de reclusão para quem "falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais". A mulher entrou agora em liberdade provisória.

A compra de vacinas pela iniciativa privada foi liberada mês passado, mas a lei exige a doação de 100% das doses ao Sistema Único de Saúde (SUS) até que todas as pessoas dos grupos prioritários sejam imunizadas e de pelo menos 50% após essa etapa. A Pfizer negou que tenha comercializado a vacina no Brasil, por isso a hipótese de a falsa enfermeira ter usado soro fisiológico.