O ministro da Defesa, Braga Netto, assina a ordem do dia com os comandantes das Forças Armadas.
O ministro da Defesa, Braga Netto, assina a ordem do dia com os comandantes das Forças Armadas.| Foto: Marcos Corrêa/PR

O Ministério da Defesa e as Forças Armadas divulgaram nesta quarta-feira (30) a "ordem do dia" em alusão a 31 de março chamando o golpe militar de 1964 de "marco histórico da evolução política brasileira". O texto diz ainda que o golpe gerou "fortalecimento da democracia". A nota é assinada pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, e pelos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica.

"Nos anos seguintes ao dia 31 de março de 1964, a sociedade brasileira conduziu um período de estabilização, de segurança, de crescimento econômico e de amadurecimento político, que resultou no restabelecimento da paz no País, no fortalecimento da democracia, na ascensão do Brasil no concerto das nações e na aprovação da anistia ampla, geral e irrestrita pelo Congresso Nacional", diz o comunicado.

O texto deve ser lido nas unidades militares nesta quinta-feira (31), quando o golpe militar completará 58 anos. A nota marca o último ato de Braga Netto à frente do ministério. Nesta quinta, ele deixará o comando da pasta com a expectativa de ser vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição. Durante a ditadura houve perseguição, tortura e assassinatos de opositores do regime. Além disso, o Congresso foi fechado e a imprensa foi censurada.

"O século XX foi marcado pelo avanço de ideologias totalitárias que passaram a constituir ameaças à democracia e à liberdade. A população brasileira rechaçou os ideais antidemocráticos da intentona comunista, em 1935, e as forças nazifascistas foram vencidas na Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a relevante participação e o sacrifício de vidas de marinheiros, de soldados e de aviadores brasileiros nos campos de batalha do Atlântico e na Europa", diz um trecho da nota.