O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, autorizou a transferência da ministra Cármen Lúcia da Segunda para a Primeira Turma da Corte. A decisão frustra a intenção do ministro Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava Jato, que também havia pedido para migrar para o colegiado.
A Segunda Turma atualmente é composta por Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Kassio Nunes Marques, Cármen Lúcia e Edson Fachin. No ano passado, os três primeiros formaram maioria para impor uma série de derrotas a Fachin.
Nos bastidores, o ministro mostrou-se incomodado com críticas que recebeu na turma em razão de algumas decisões, principalmente por ter declarado, em março, a perda de objeto de uma ação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para declarar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. Posteriormente, a decisão foi desfeita pela Segunda Turma, que declarou Moro parcial nos processos contra Lula, decisão que depois foi ratificada pelo plenário do STF.
Cármen Lúcia também pediu para mudar de turma e teve o pedido atendido porque é mais antiga no STF que Fachin. Ela ocupará o lugar deixado por Marco Aurélio no colegiado, hoje composto por Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber.