Ministério da Saúde
Fachada do Ministério da Saúde na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Pessoas indicadas por políticos do Centrão ocupam ao menos dois cargos estratégicos para a compra de vacinas pelo Ministério da Saúde. A informação é de reportagem deste domingo (27) do jornal O Globo, que fez um levantamento sobre as indicações políticas na pasta.

Segundo O Globo, o chefe do Departamento de Logística (DLOG) do ministério, Roberto Ferreira Dias, seria uma indicação do Centrão ligada ao deputado Ricardo Barros (PP-PR). Barros foi citado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF), em depoimento na CPI da Covid, como um dos responsáveis pela pressão para a compra suspeita da vacina Covaxin.

Ricardo Barros negou que tenha indicado Ferreira Dias para o cargo, mas O Globo afirma que outras fontes confirmaram a indicação ainda durante a gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. O Departamento de Logística é responsável, dentre outras atribuições, pela importações de imunizantes.

Outro nome indicado pelo Centrão seria Arnaldo de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do ministério. Nesse caso, a indicação teria sido do PL, partido comandado por Valdemar Costa Neto. Valdemar foi procurado por O Globo, mas não respondeu. A Secretaria de Vigilância em Saúde tem papel na compra de vacinas, pois é responsável por emitir pareceres. No caso da Covaxin, o parecer foi favorável à aquisição.

O ex-ministro Mandetta confirmou que, durante sua gestão, havia pressão do Centrão para ocupar cargos-chave na celebração de contratos do ministério. "Infinitas vezes eles quiseram indicar gente para departamentos que têm muitos contratos", disse Mandetta a O Globo.