Cerca de 10,9 milhões de trabalhadores elegíveis ao auxílio emergencial de R$ 600 estão fora do Cadastro Único, a mais ampla base de dados do governo federal para programas sociais. O contingente representa 18,3% do público potencial da medida de socorro às famílias mais vulneráveis. Ao todo, 59,2 milhões de brasileiros devem preencher os pré-requisitos para receber o auxílio. Porém, só 48,3 milhões estão inscritos no CadÚnico - 17,8 milhões deles beneficiários do Bolsa Família. Esses grupos devem receber a ajuda mais rapidamente porque são facilmente "rastreáveis" pelo governo. Quem está fora da base pode demorar mais tempo até receber o dinheiro. A estimativa foi feita por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em nota técnica divulgada nesta quarta-feira (1), eles reconhecem que localizar esses beneficiários não será fácil, "em especial porque as recomendações sanitárias proíbem expressamente a aglomeração de pessoas em locais públicos", diz o documento. A partir dos dados, o Ipea estima que a despesa com o benefício ficará entre R$ 74,8 bilhões e R$ 94,3 bilhões nos três meses de duração. A menor despesa ocorreria num cenário em que o governo não consegue localizar ninguém fora do CadÚnico. Já a maior estimativa se dá no cenário em que 100% dos trabalhadores informais são localizados.
Ipea: 18% dos brasileiros elegíveis ao auxílio emergencial estão “invisíveis”
- 01/04/2020 18:01
- Estadão Conteúdo
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