Ministro Ricardo Lewandowski foi o relator do processo
Lewandowski quer saber se a pasta realizou diretamente ou intermediou ações envolvendo a Petrobras e a Odebrecht.| Foto: Nelson Jr/SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, deu um prazo de cinco dias para que o Ministério da Justiça e Segurança Pública preste informações sobre as tratativas de cooperação internacional entre procuradores da operação Lava Jato e organismos internacionais. Lewandowski quer saber se a pasta realizou diretamente ou intermediou ações envolvendo a Petrobras e a Odebrecht, principalmente repatriação de valores, pagamentos de multas, ajuste de indenizações, perícias técnicas, acordos de leniência e intercâmbio de dados, entre 2014 e 2020. Em caso afirmativo, o ministro determinou ainda que seja informado o objeto e as datas das referidas ações.

Em petição apresentada nesta quarta-feira (17), a defesa do ex-presidente Lula informou que novas mensagens trocadas entre a força-tarefa mostram que a Lava Jato teria atuado com o auxílio de agências estrangeiras, como o FBI e o Ministério Público da Suíça, fora dos canais oficiais, o que afrontaria acordos firmados entre o Brasil e esses países. Segundo o documento apresentado pela defesa do petista, o material foi ocultado da defesa técnica de Lula, do STF, mesmo após determinação expressa do ministro Lewandowski.

Segundo os advogados, as conversar vazadas após ataque de hackers indicam que a Lava Jato teria solicitado aos norte-americanos “ajuda informal” para desenvolver o “caso Odebrecht” e que, desde 2015, a força-tarefa tinha o ex-presidente como alvo pré-definido e desenvolvia suas operações com o objetivo de constranger pessoas para que “falassem algo” sobre ele. Segundo a defesa, o material também indicaria que a força-tarefa recebeu, fora dos canais oficiais, informações das agências norte-americanas para promover a quebra do sigilo fiscal de familiares de Lula.