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Hamilton Mourão, vice-presidente da República| Foto: Isac Nóbrega/PR

O vice-presidente Hamilton Mourão ressaltou o papel das Forças Armadas de acordo com a Constituição em um artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo nesta terça-feira (6). No texto, diz que o Brasil aguarda por reformas estruturais, como tributária, administrativa e política, e que os militares que fazem parte do governo de Jair Bolsonaro estão "como cidadãos no pleno exercício de seus direitos e como profissionais de Estado capazes".

Mourão ainda afirma que a quantidade de militares no governo, que dá grande contribuição, segundo o vice-presidente, é "ínfimo" em relação ao número de cargos comissionados que haviam em governos anteriores. Para ele, o fato de militares estarem ocupando cargos "vem prejudicando o entendimento do papel dos militares no Brasil, neste e em outros momentos" ao defender que "não é a presença de militares no governo que o define".

No entanto, Mourão afirma que "sempre houve e haverá militares no governo", mas que as "Forças Armadas são instituições de Estado", sob a autoridade do presidente da República. "O que distingue as democracias das ditaduras são as ordens que lhes são dadas [aos militares] e, o mais importante, como eles lhes obedecem."

Em seguida, cita a invasão ao Congresso dos Estados Unidos e a declaração dos comandantes das Forças Armadas do país em "garantir a transição presidencial na maior democracia do mundo", ao se referir aos protestos após a vitória do democrata Joe Biden nas eleições 2020.

Por fim, Mourão afirma que, no passado, o Brasil tinha um "regime que não mais atendia às aspirações da cidadania, uma República calcada na fraude eleitoral, um federalismo de oligarquias e seguidas revoltas, revoluções, autoritarismos e ditadura que envolveram os militares". No entanto, pondera: "Goste-se ou não, foi o regime instalado em 1964 que fortaleceu a representação política pela legislação eleitoral, que deu coerência à União e afastou os militares da política".

Mourão encerra o texto dizendo que "a sociedade brasileira sabe que as Forças Armadas continuarão a cumprir rigorosamente suas missões constitucionais" e pede que os militares "não se esqueçam dos seus compromissos com a Pátria que juraram defender".