O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.| Foto: Carolina Antunes/PR

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mudou a versão do governo em depoimento à Polícia Federal e disse que não soube do colapso no fornecimento de oxigênio a Manaus no dia 8 de janeiro, diferentemente do que a Advocacia-Geral da União (AGU) havia informado ao Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo o documento obtido pelo Estadão.

Pazuello prestou depoimento no dia 4 de fevereiro no inquérito do Supremo que apura se o ministro foi omisso no enfrentamento da pandemia na capital do Amazonas. Por outro lado, em manifestação assinada pelo ministro-chefe da AGU, José Levi, o governo diz que o Ministério da Saúde ficou sabendo da "crítica situação do esvaziamento de estoque de oxigênio em Manaus" no dia 8 de janeiro, a partir de um e-mail enviado pela fornecedora White Martins.

No entanto, no depoimento à PF, Pazuello declarou que "o documento mencionado nunca foi entregue oficialmente ao Ministério da Saúde, bem como a empresa nunca realizou contatos informais com representantes do ministério".

O ministro disse à PF que apenas na noite do dia 10 o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), relatou "um problema de abastecimento de oxigênio". E, segundo o ministro, no dia 11 de janeiro convocou uma reunião com secretários de municípios e do Amazonas "com o objetivo de atender a abrangência da falta de oxigênio e demais óbices no atendimento de saúde". Pazuello declarou ainda que a partir do dia 12 passou a centralizar ações em um comitê com o governo local "justamente para evitar a falta de oxigênio".