Se condenado, o suspeito de enviar os órgãos para a Ásia poderá responder pelo crime de tráfico internacional de órgãos humanos, com pena de até 8 anos de prisão.
Se condenado, o suspeito de enviar os órgãos para a Ásia poderá responder pelo crime de tráfico internacional de órgãos humanos, com pena de até 8 anos de prisão.| Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (22) dois mandados de busca e apreensão em Manaus como parte de uma investigação que apura o tráfico internacional de órgãos humanos. Um dos alvos da ação foi um professor concursado de anatomia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Policiais também estiveram na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) da instituição. A justiça determinou ainda o afastamento de função pública do servidor.

De acordo com a Polícia Federal, há indícios de o professor enviou uma encomenda contendo órgãos plastinados, sendo uma mão e três placentas de origem humanas, de Manaus para Singapura, cujo destinatário seria um famoso designer indonésio que comercializa acessórios e peças de roupas utilizando materiais de origem humana.

A plastinação é um procedimento técnico de preservação de matéria biológica. Ele consiste basicamente na extração dos líquidos corporais e os lipídios, através de métodos químicos, substituindo-os por resinas plásticas, como silicone, poliéster e epóxi, resultando em tecidos secos, inodoros e duráveis.

Se condenado, o suspeito de enviar os órgãos para a Ásia poderá responder pelo crime de tráfico internacional de órgãos humanos, com pena de até 8 anos de prisão.

Em nota, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) afirmou que o professor concursado da disciplina de Anatomia, da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA) foi afastado de forma cautelar por 30 dias. "Após tomar conhecimento do Ofício que determinou o afastamento cautelar do professor investigado e da ação de busca e apreensão no laboratório supracitado, a Reitoria da Universidade do Estado do Amazonas cumpriu a ordem judicial e determinou a abertura de sindicância para a apuração dos fatos e responsabilidades", diz a instituição.