O vereador Carlos Bolsonaro e o presidente Jair Bolsonaro em reunião com o presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, no dia 16 de fevereiro.
O vereador Carlos Bolsonaro e o presidente Jair Bolsonaro em reunião com o presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, no dia 16 de fevereiro.| Foto: Alan Santos/PR.

O Palácio do Planalto informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (14) que não há registros de despesas federais relacionadas à ida do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) à Rússia com a comitiva presidencial. No entanto, o governo não explicou como a viagem do filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi paga ou a agenda de compromissos dele no exterior.

O documento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes. O ministro analisa um pedido de apuração apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) nos autos do inquérito das milícias digitais sobre a presença de integrantes do chamado "gabinete do ódio" na viagem. Moraes determinou que a Presidência da República detalhasse as "condições oficiais de participação" do vereador na viagem, detalhando gastos, eventuais diárias pagas e a agenda cumprida.

O Planalto argumentou que a agenda oficial e a escalação da comitiva presidencial nos atos de representação internacional do país "se revestem de característica política, diferindo-se do ato administrativo ordinário em razão de seu cunho exclusivamente discricionário", informou o Estadão. O ministro atendeu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao solicitar informações do Planalto.

No início deste mês, a PGR afirmou ao Supremo que não identificou "elementos mínimos indiciários de qualquer prática delitiva" para investigar a viagem do vereador e do assessor Tercio Arnaud na comitiva presidencial à Rússia. A Procuradoria solicitou mais informações para finalizar o parecer sobre o caso.