Quadrilha comprava armas e munições nos EUA e enviava ao Brasil. Equipamentos eram distribuídos para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel.| Foto: Unsplash
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A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (15) uma operação contra uma quadrilha que atuava com o tráfico internacional de armas. A ação teve o apoio do Ministério Público Federal e agentes da polícia americana. Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro, em Campo Grande (MS) e em Miami (EUA). Um dos mandados cumpridos tinha como alvo o ex-policial militar Ronnie Lessa, que já está preso em Campo Grande, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Segundo as investigações, um grupo criminoso comprava armas de fogo, peças, acessórios e munições nos EUA e enviava os equipamentos ao Brasil por meio de contêineres em navios e encomenda postal em voos regulares para os estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina. O destino final era uma residência em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Na maioria das vezes, o material era acondicionado dentro de equipamentos como máquinas de soldas e impressoras, despachados juntamente a outros itens como telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados.

“Desta residência, as peças eram retiradas pelos integrantes da célula no Rio de Janeiro - responsável pela usinagem e montagem do armamento, com auxílio de impressoras 3D (Ghost Gunner) -, que posteriormente eram distribuídos para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel”, diz a polícia. O dinheiro para a compra do armamento era enviado do Brasil para os EUA por meio de doleiros.

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Foi identificado um brasileiro, dono de churrascarias em Boston, que recebia parte desses valores e repassava os recursos para os membros da quadrilha que moravam nos EUA. Ainda segundo os investigadores, o grupo investia o dinheiro adquirido com o tráfico de armas em imóveis residenciais, criptomoedas, ações, veículos e embarcações de luxo. “Além das medidas judiciais, foi decretado o sequestro de bens, avaliados em cerca de R$ 10 milhões. Ao longo da investigação, foram apreendidos milhares de armas, peças, acessórios e munições de diversos calibres, tanto no Brasil, quanto nos EUA”, diz nota publicada pela Polícia Federal.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]