Atividades ilegais eram realizadas com autorização de lideranças indígenas locais, que recebiam valores dos madeireiros e garimpeiros.
Atividades ilegais eram realizadas com autorização de lideranças indígenas locais, que recebiam valores dos madeireiros e garimpeiros.| Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal apresentou nesta terça-feira (29) o balanço de uma operação em conjunto com o Ibama contra crimes ambientais cometidos em terras indígenas no Mato Grosso. Segundo a corporação, a ação concluída ontem mirou a extração ilegal de madeira e garimpos clandestinos e teve a participação de dois helicópteros, 12 policiais federais e quatro fiscais do Ibama.

A operação foi realizada durante 15 dias em 21 pontos localizados na Terra Indígena Aripuanã, localizada entre os municípios de Juína (MT) e Aripuanã (MT), terra da etnia Cinta Larga, Terra Indígena Menkü, no município de Brasnorte, que abriga a etnia Menķü e no Parque Nacional do Xingu, em Feliz Natal (MT), morada da etnia Ikpeng. A escolha das localidades fiscalizadas foi feita através de monitoramento via satélite.

Segundo a PF, foi constatada que as atividades ilegais eram realizadas com autorização de lideranças indígenas locais, que recebiam valores dos madeireiros e garimpeiros, tendo sido encontrados com os criminosos uma tabela com preço pago aos indígenas. Foram apreendidos ainda documentos, celulares e diversos equipamentos. Durante a ação foi descoberto o envolvimento de um servidor da Funai, que acabou preso. Ele repassava informações a garimpeiros para que escapassem das ações policiais. Os policiais também prenderam uma liderança indígena, que recebia 20% de todo ouro extraído da área protegida.