Arthur Maia
Presidente da CPMI do 8 de janeiro e relator do marco temporal das terras indígenas, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), ironiza críticos do projeto em análise pelo Senado.| Foto: Pedro França/Agência Senado.

O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), relator do projeto de marco temporal de demarcações de terras indígenas na Câmara, fez comentários irônicos neste domingo (11) em relação aos críticos do projeto. Ele reafirmou seu apoio à proposta, que está em análise no Senado, como uma maneira de “restaurar a ordem” no país. Numa postagem em seu perfil no Twitter, Maia compartilhou um vídeo em que três pessoas, supostamente indígenas, são vistas atirando pedras em uma anta. Ele afirmou que as imagens mostram “maldade” em vez de atividade voltada para a subsistência.

O deputado também questionou se ativistas internacionais como Greta Thunberg, Mark Ruffalo e Leonardo DiCaprio, bem como a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se pronunciariam sobre essa ação. Em outra postagem feita mais cedo, ele chamou Marina de “xiita” e destacou a intenção dela de usar o Ibama como uma “arma contra o crescimento econômico”. Além disso, Maia, que também preside a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, convidou os críticos do marco temporal a refletirem sobre a atual realidade indígena. Ele questionou se essas comunidades dependem apenas da caça e pesca em suas terras, destacando que seus membros compram alimentos no mercado e recebem cestas básicas do governo.

A proposta de marco temporal estabelece que apenas as terras ocupadas por comunidades indígenas em 5 de outubro de 1988, quando a Constituição foi promulgada, podem ser demarcadas. O projeto relatado por Maia foi aprovado pela Câmara em 30 de maio, com votos contrários de partidos aliados ao governo. A bancada ruralista foi favorável à proposta, argumentando que as demarcações ameaçam terras produtivas. Caso o projeto seja aprovado com mudanças no Senado, retornará para análise da Câmara. O tema também está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que foi interrompido e adiado após o ministro André Mendonça pedir mais tempo para análise.