Feminismo, agenda LGBT, antirracismo: qual papel a pauta identitária terá na campanha de Lula
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tenta construir acordo com o PSB para candidatura do ex-presidente Lula| Foto: Sergio Silva/PT

A reunião entre a cúpula do PT e do PSB, realizada nesta quinta-feira (20) em Brasília, terminou sem uma solução para os principais impasses entre as siglas: a candidatura para o governo em São Paulo e formação de uma federação entre partidos de esquerda. A expectativa é de que novos encontros sejam feitos até o final de fevereiro, prazo para que a aliança seja consolidada.

O principal entrave para o acordo, que consiste em apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência, diz respeito a candidatura ao governo de São Paulo. Por um lado, o PT pretende lançar Fernando Haddad na disputa, enquanto o PSB resiste em retirar o nome de Márcio França.

"Essa foi uma reunião de conversas e entendimentos. Vamos ter que fazer um esforço de composição nos estados. Vamos marcar uma reunião com SP para chegarmos a um denominador", afirmou a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), após o encontro.

Outro impasse que ficou em aberto foi a criação de uma federação com partidos de esquerda envolvendo outras siglas como Psol e PCdoB, por exemplo. O mecanismo permite que dois ou mais partidos se unam para disputar uma eleição, como nas coligações. Porém, essas legendas devem permanecer como um grupo só durante os quatro anos.

Agora, integrantes do PT e do PSB pretendem entrar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo mais prazo para os partidos concretizarem as federações partidárias. O TSE decidiu que o limite é o dia 1º de março. Contudo, as legendas argumentam que o prazo dificulta firmar acordos, já que a janela partidária, quando parlamentares podem trocar de partido livremente, vai do dia 3 de março até 1º de abril.

“Ficou claro que a gente tem a disposição de construir a federação e vamos fazer esse esforço. É um instituto novo, tem suas dificuldades, temos resistências em ambos os partidos. Mas o esforço vamos fazer, porque isso é importante não só para a eleição, mas para o Brasil”, completou a presidente do PT.

Apesar destes entraves, ficou acertado que o PT irá apoiar candidatos do PSB em estados como Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Já o PSB irá apoiar nomes do PT em estados com a Bahia, Sergipe e Piauí.