Angra dos Reis registrou volume de chuvas histórico.
Angra dos Reis registrou volume de chuvas histórico.| Foto: Prefeitura Angra dos Reis/Divulgação

As fortes chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro entre a noite de sexta-feira (1º) e a madrugada de sábado (2) deixaram até agora 18 mortos, a maioria em Angra dos Reis e Paraty. Segundo o Corpo de Bombeiros, o município com maior número de óbitos é Angra, onde dez corpos foram resgatados após um deslizamento de terra. Em Paraty, já foram registrados sete óbitos por soterramento. Em Mesquita, na Baixada Fluminense, um homem morreu eletrocutado. Um menino, resgatado com vida pelos bombeiros em Paraty, foi internado em estado gravíssimo no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada.

A prefeitura de Paraty decidiu antecipar o recesso escolar de meio de ano para o período de 4 a 18 de abril. A cidade também cancelou a Fest Juá, o Encontro de Ceramistas e o carnaval fora de época previsto para este mês. Já a prefeitura de Angra dos Reis decretou situação de emergência no sábado (2), devido a volumes históricos de chuva registrados em 48 horas, em Araçatiba, na Ilha Grande (809mm), e no bairro da Monsuaba (694mm). O decreto foi reconhecido pelo governo federal em edição extra do Diário Oficial da União ontem. O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas, sobrevoou a cidade na manhã de ontem, em um helicóptero da Marinha.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há seis pontos de interdição total na rodovia Rio-Santos (BR-101) em Mangaratiba, Angra e Paraty, devido a deslizamentos de encostas. Na divisa com São Paulo, em Ubatuba, há outro ponto totalmente bloqueado. Há ainda vários pontos com interdição parcial. A PRF recomenda que os motoristas evitem deslocamentos pela região.

O prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão (MDB), chegou a pedir o desligamento das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, que operam no município, alegando que as chuvas deixaram a cidade isolada, devido a bloqueios nas estradas, o que compromete a evacuação das usinas em caso de emergência. Em resposta, a Eletrobras, que opera as usinas, disse que planos de emergência não estão comprometidos e manteve o funcionamento das usinas.