O governador Cláudio Castro (PL-RJ) minimizou nesta terça (16) a falta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em acompanhar presencialmente a situação das chuvas no Rio de Janeiro mesmo após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter tecido duras críticas.
As chuvas no estado vitimaram 12 pessoas desde o último final de semana e levaram o governo a decretar situação de emergência em sete municípios, entre eles a capital fluminense.
“No momento de crise, pouco importa o lado político. Vejo como natural Lula ter procurado o Paes primeiro. Mas ele não deixou de me ligar quando eu o procurei. Um político experiente não faria nada contra o povo para me atingir. Ainda mais pela grandeza do cargo. Eu não ataco, não sou inimigo dele, nunca fomos”, disse Castro em entrevista à CNN Brasil em referência ao fato de Lula ter telefonado primeiro para o prefeito Eduardo Paes (PSD) e Waguinho (Republicanos), de Belford Roxo, antes dele.
A fala favorável de Castro ao presidente ocorre num momento de racha dentro do PL desde que o líder da legenda, Valdemar Costa Neto, fez elogios ao petista. A declaração não soou bem para Bolsonaro, que disse que o partido poderia implodir.
No entanto, nesta terça (16), Bolsonaro afirmou que o “casamento” com Costa Neto segue firme e que ele é o “marido”, enquanto que “Valdemar é o comandante do partido”.
Bolsonaro se filiou ao PL em novembro de 2021, elevando a sigla a ter a maior bancada na Câmara dos Deputados. No entanto, desafios surgiram entre seus apoiadores e membros do PL que já estavam na legenda antes da chegada do ex-presidente.
O governador Cláudio Castro, que ingressou no PL em maio de 2021, buscava uma aliança informal com Bolsonaro para a eleição de 2022. No entanto, a filiação de Bolsonaro ao partido restringiu a movimentação de Castro, que, atualmente, busca equilibrar sua imagem entre Bolsonaro e Lula, visando apoio para questões estaduais e preparando seus passos políticos futuros.
O governador planeja candidatar-se ao Senado em 2026 e busca manter uma proximidade com Bolsonaro enquanto evita um afastamento de Lula, considerando os interesses políticos e as necessidades do estado.
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