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Greve de fome

Centrais sindicais e religiosos apoiam Glauber Braga e dizem que cassação é “injusta”

Deputado Glauber Braga continua a greve de fome na Câmara dos Deputados. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

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O processo de cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-SP) tem provocado reações entre movimentos sociais, centrais sindicais e lideranças religiosas. Em notas divulgadas nos últimos dias, representantes das principais centrais sindicais brasileiras e um grupo de teólogos, pastores e educadores cristãos manifestaram solidariedade ao parlamentar e condenaram a ação como “perseguição política” e “afronta à democracia”.

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Braga segue há quase uma semana em greve de fome e acampado na Câmara dos Deputados, após a aprovação do processo de cassação no Conselho de Ética. Nesta terça (16), o deputado informou que está se "alimentando diariamente da solidariedade" dos seus apoiadores.

“Acabei perdendo muito peso nestas últimas horas. Meu corpo já começa a dar sinais. Tenho tido dor de cabeça, início de desconforto na barriga, mas a cabeça está firme e a missão de continuar nesta batalha mais ainda. Não vou desistir, jamais”, disse o deputado, em conversa aos jornalistas nesta manhã. 

Desde que anunciou a greve de fome, ele tem recebido a visita de parlamentares e apoiadores em um plenário na Câmara, e nesta terça, contou com um ato de estudantes da UnB em defesa do seu mandato.

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Dirigentes da CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB e Nova Central divulgaram uma nota afirmando que o processo contra Glauber é “desproporcional” e movido por interesses de grupos políticos que desejam manter privilégios.

“O mandato de Glauber Braga está em risco por conta de uma contenda com um provocador do MBL [...] Por trás da tentativa de cassação estão as denúncias feitas por ele sobre as chamadas ‘Emendas Pix’”, diz o texto.

As entidades ressaltam que o deputado representa pautas históricas da classe trabalhadora e tem sido uma voz crítica contra o desmonte de direitos sociais. Segundo o documento, “não há justificativa plausível para sua cassação”, e o processo seria apenas uma “vingança de grupos políticos”.

Religiosos comparam perseguição a trajetórias de resistência

No domingo (13), lideranças religiosas de diversas tradições cristãs — reunidas no coletivo Emaús, que assessora pastorais sociais e movimentos populares — também divulgaram uma carta de apoio a Glauber.

Assinada por nomes como Leonardo Boff, Frei Betto, Marcelo Barros, Maria Clara Bingemer, Pe. José Oscar Beozzo, entre outros, a nota destaca que o parlamentar atua em defesa dos pobres, das mulheres, da população negra e das comunidades vulneráveis.

“Seu ato de enfrentar seus algozes, suas mentiras e hipocrisias é valoroso. Sabemos que é preciso uma força extraordinária para nos manter de pé diante dos absurdos. Isso ocorreu com Jesus, com Gandhi, com Mandela e Martin Luther King”, diz o texto.

A carta, divulgada no Domingo de Ramos, relembra o espírito de resistência do período e afirma: “Glauber não está sozinho. Estamos de mãos dadas com ele e com todas as pessoas que vivem essa missão”.

Processo de cassação e greve de fome

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira (9) o parecer pela cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-SP). O placar foi de 13 votos a favor e 5 contra a abertura do processo de cassação.

Agora, o processo aguarda a decisão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que faz a tramitação formal e envia o parecer para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

O processo contra Braga iniciou no ano passado com base na representação apresentada pelo Novo contra o deputado do PSOL por agressão a um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). Em abril de 2024, Braga agrediu o ativista político e membro do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, a chutes e empurrões dentro das dependências do Congresso Nacional.

Em defesa própria, Glauber Braga alega que o ativista tinha um histórico de provocações contra ele que culminaram em ofensas à sua mãe. Ele ainda atribui o pedido de cassação a uma “perseguição política” e declara que atuou de forma proporcional “da reação ao provocador”.

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