O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), teve os sigilos bancário e telefônico quebrados nesta quarta (20) por determinação do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ordem ocorre horas depois da Polícia Federal deflagrar uma operação contra o irmão do político, Vinícius Sarciá Rocha, por suspeita de corrupção em contratos na área de assistência social.
De acordo com as primeiras informações, o objetivo das quebras dos sigilos é apurar se Castro tem alguma ligação com o esquema supostamente encabeçado pelo irmão investigado na Operação Sétimo Mandamento. Policiais federais encontraram R$ 128 mil e US$ 7,5 mil em espécie na casa de Rocha.
Um pouco mais cedo, antes da quebra dos sigilos bancário e telefônico, a defesa de Castro divulgou uma nota afirmando que a operação “não traz nenhum novo elemento à investigação que já transcorre desde 2019” e que “reitera a confiança plena na Justiça brasileira”.
“Só o fato de haver medidas cautelares, quatro anos depois, reforça o que o governador Cláudio Castro vem dizendo há anos, ou seja, que não há nada contra ele, nenhuma prova, e que tudo se resume a uma delação criminosa, de um réu confesso, a qual vem sendo contestada judicialmente”, completou.
A operação da Polícia Federal aponta irregularidades na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel, com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão e 13 de quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático. Segundo a investigação, o esquema teria sido realizado entre os anos de 2017 e 2020.
Ainda segundo a PF, a operação é um desdobramento de uma apuração iniciada em abril por autorização do ministro Raul Araújo para investigar Castro por suspeita de participação em um esquema de corrupção na época em que era vereador e vice-governador.
“A organização criminosa penetrou nos setores públicos assistenciais sociais no âmbito do estado do Rio de Janeiro e realizou fraude a licitações e contratos administrativos, desvio de verbas públicas e pagamentos de ‘propinas’ aos envolvidos nos esquemas criminosos”, disse a PF.
A PF apurou que havia o pagamento de propina entre 5% e 25% dos valores dos contratos, que totalizam mais de R$ 70 milhões. As investigações seguem em sigilo.
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