Mais de dois meses após o início da pandemia de coronavírus, os projetos que foram apresentados na Câmara dos Deputados e no Senado para cortar verbas destinadas aos políticos e redirecioná-las ao combate à Covid-19 empacaram nas gavetas do Congresso. A lista de propostas incluía a redução do salário dos parlamentares, a diminuição das verbas à disposição deles e a transferência de recursos do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário para o combate pandemia.
Enquanto isso, suspeitas de desvios de dinheiro destinado ao combate à pandemia se espalham pelo país. A Polícia Federal já deflagrou diversas operações para investigar casos de corrupção relacionados ao enfrentamento da Covid-19. E a Procuradoria-Geral da República (PGR) quer investigar pelo menos três governadores por causa de compras relacionadas à pandemia. Além disso, também já foram verificados desvios no pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais.
Em entrevista ao Fantástico neste domingo (24), o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, reclamou do pouco espaço ao contraditório no governo e da falta de apoio à agenda anticorrupção, que foi sendo esvaziada ao longo do tempo pelo presidente. Ele ainda classificou como questionáveis as recentes alianças políticas do governo com partidos do chamado Centrão.
O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, também concedeu entrevista no final de semana. Ele falou à GloboNews e defendeu a revisão do protocolo que autoriza o uso da cloroquina para tratar pacientes com a Covid-19. “Não dá para deixar essa decisão na mão do médico”, disse. Para Nelson Teich, a partir do momento em que a cloroquina foi “autorizada” por conselhos de Medicina para uso médico em casos de Covid, seria a “mesma coisa que recomendar”.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou hoje que um grupo da entidade determinou que seja paralisado um estudo sobre o uso da hidroxicloroquina para pacientes com coronavírus. Segundo ele, haverá agora uma avaliação sobre o medicamento, para se decidir se esses estudos serão retomados ou devem ser interrompidos de modo permanente.
Ghebreyesus destacou em entrevista coletiva virtual da OMS um estudo publicado na sexta-feira pela revista científica The Lancet. A publicação britânica mostrou em um levantamento que pacientes hospitalizados com coronavírus que tomavam cloroquina e hidroxicloroquina tinham taxas de mortalidade superiores às de outros grupos, com o agravante de que eles podem causar problemas cardíacos em parte dos pacientes.
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