O ministro José Múcio Monteiro, da Defesa, afirmou nesta segunda (22) que apresentará um projeto até o final da semana para estabelecer uma atuação definitiva das Forças Armadas na região da Terra Indígena Yanomami (TIY), no Norte do Brasil. A decisão é uma resposta a um pedido do ministro Rui Costa, da Casa Civil, após denúncias de falta de aeronaves para visitas de ministros.
O diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire de Barros, confirmou que aviões ilegais seguem entrando diariamente no território Yanomami. Líderes indígenas locais denunciaram a falta de controle do espaço aéreo próximo à região, ocasionando atividades ilegais de garimpo no território mesmo após operações de desintrusão.
Múcio disse estar confiante em resolver neste ano a crise na terra indígena Yanomami após a assistência conjunta de diversos ministérios em 2023, que foi subestimada e teve o reconhecimento de insuficiente pela própria ministra Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas. No entanto, observou que, devido à persistência da crise humanitária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou uma proposta definitiva há duas semanas, após uma reunião com ministros envolvidos na operação.
“O presidente desta vez nos reuniu e recomendou que apresentássemos uma proposta para que a solução fosse definitiva, ou seja, que nós deixássemos um contingente lá, com crise ou sem crise, mas sempre à disposição desse problema”, disse.
José Múcio negou indisponibilidade de aeronaves para levar ministros à Terra Yanomami na última semana e enfatizou que o diálogo interministerial já existe. No entanto, ressaltou que é preciso coordenar o uso dos veículos com a disponibilidade das Forças Armadas.
À Gazeta do Povo, o Ministério dos Povos Indígenas afirmou que a viagem à terra indígena ocorreu em três aeronaves fretadas pela Funai por falta de autonomia de voo em um helicóptero disponibilizado pela FAB.
Desde janeiro de 2023, o Ministério da Defesa integra a força-tarefa do governo federal para a proteção dos indígenas, além de atuar no combate a crimes entre as fronteiras e ao garimpo ilegal na região.
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