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Inquérito do golpe

Defesa de Filipe Martins questiona acesso aos depoimentos do “núcleo 1”

Defesa de Filipe Martins questiona acesso aos depoimentos do “núcleo 1”
Moraes autorizou que advogados de Filipe Martins acompanhem oitivas do “núcleo 1” como ouvintes, defesa questiona falta de contraditório. (Foto: Arthur Max/MRE.)

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A defesa de Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) fosse impedida de questionar as testemunhas do “núcleo 1” sobre fatos relacionados a ele, que faz parte do "núcleo 2".

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a ouvir, nesta segunda-feira (9), as testemunhas da acusação contra o primeiro grupo de denunciados por suposta tentativa de golpe de Estado, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para os advogados, a eventual produção de provas sobre Martins, a partir dos depoimentos de outros núcleos, só será válida se o direito ao contraditório for respeitado.

Os advogados Marcelo Sant’Anna e Ricardo Fernandes, que representam Martins, apontaram que essa situação "pode dar margem a uma tentativa desleal e furtiva de corrigir, sem contraditório, um dos vícios mais evidentes da denúncia", ressaltando que "não se pode fatiar o processo para a defesa e unificá-lo para a acusação".

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Moraes rejeitou os pedidos nesta segunda (19) por considerá-los sem base legal e “absolutamente impertinentes”. Entretanto, o relator ressaltou que a audiência de instrução “será pública e eventuais provas colhidas que, eventualmente, sejam de interesse dos requerentes poderão ser compartilhadas”.

Na mesma decisão, ele autorizou a participação da defesa de Martins “como ouvinte” nos depoimentos. O ministro determinou a Secretaria Judiciária que providencie a inscrição dos advogados. Porém, a defesa afirmou que não conseguiu acompanhar o primeiro dia de depoimentos e criticou a falta de “previsibilidade judicial” no processo.

O pedido enviado à Corte no domingo (18) cita a oitiva do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, usado na denúncia da PGR. Segundo a defesa, o depoimento original foi “marcado por expressões de dúvida e incerteza, como ‘possivelmente estava presente’, em referência a Filipe Martins”.

Sant’Anna e Ferreira argumentaram que “essa dubiedade foi ‘suprimida na narrativa da PGR, convertendo-se artificialmente em certeza’, o que compromete a higidez da acusação”.

“A defesa reitera, por fim, que Filipe Martins rejeita enfaticamente os fatos atribuídos a ele na denuncia e questiona a fragilidade da peça acusatória, lembrando que Filipe foi preso por uma viagem que não fez e agora se tornou réu por uma denúncia que jamais existiu”, disseram os advogados, em nota.

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