O hacker Walter Delgatti prestou um novo depoimento à Polícia Federal, na manhã desta sexta (18), em que reafirmou as declarações dadas na quinta (17) à CPMI que investiga os atos de 8 de janeiro, além de prestar novos esclarecimentos principalmente para comprovar as acusações.
Ele foi convocado de novo pela autoridade após dar mais informações aos parlamentares que não foram ditas na primeira oitiva da investigação, na quarta (16).
Segundo a defesa dele, que falou com jornalistas na saída da sede da PF em Brasília, Delgatti reforçou que teria sido contratado para tentar invadir os sistemas da urna eletrônica e da Justiça e, ainda, assumir a autoria de um grampo que monitorava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) a mando do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Ele simplesmente reiterou tudo o que foi dito ontem [quinta, 17], e deu o caminho das provas, apresentou ao delegado o caminho das provas. E acrescento que apresentou outro nome ao delegado, um áudio onde essa pessoa, uma assessora de [Carla] Zambelli faz promessas de pagamento”, disse Ariovaldo Moreira, que defende Delgatti.
Durante o primeiro depoimento à PF, na quarta (16), Delgatti disse que teria recebido R$ 40 mil de Carla Zambelli. O advogado afirmou, ainda, que o hacker deu detalhes de como foram os encontros com Bolsonaro no Palácio da Alvorada e visitas ao Ministério da Defesa.
“Deu detalhes do encontro no Alvorada, da visita dele no Ministério da Defesa e do encontro na lanchonete. Deu detalhes da sala em que ele esteve no Ministério da Defesa, de como é a sala”, completou.
O depoimento de Delgatti à PF durou pouco mais de três horas, em que reafirmou o que disse à CPMI, de que Bolsonaro, Carla Zambelli e integrantes da campanha eleitoral do ex-presidente pediram para que ele forjasse a invasão de uma urna eletrônica e o grampo em Moraes. Ainda segundo o hacker, Bolsonaro teria garantido a proteção dele oferecendo um indulto, como o que presidente concedeu ao ex-deputado Daniel Silveira.
Sem apresentar provas à CPMI, Delgatti disse que aceitou a alegada proposta, porém, não teve acesso ao grampo. “Nesse grampo teriam conversas comprometedoras do ministro e ele [Bolsonaro] precisava que eu assumisse esse grampo”, disse Delgatti, afirmando também que a suposta intercepção teria sido realizada por uma pessoa fora do país.
Após o depoimento à CPMI, o vice-presidente da comissão, senador Cid Homes (PDT-CE) iria pedir à Justiça a inclusão de Delgatti no programa de proteção à testemunha. Já a defesa de Bolsonaro afirmou que iria entrar na Justiça com uma queixa-crime contra o hacker por uma suposta calúnia e difamação contra o ex-presidente.
O advogado Fabio Wajngarten, que defende Bolsonaro, rebateu as acusações e disse que “nunca, jamais, houve grampo, nem qualquer atividade ilegal, nem não republicana, contra qualquer ente político do Brasil por parte do entorno primário do Presidente. Mente e mente e mente”.
Ele afirmou, ainda, que “em nenhum momento sequer cogitaram a entrada de técnicos de informática, muito menos alpinistas tecnológicos na campanha” de Bolsonaro, e que desconhece “quem tenha feito reunião individual com Bolsonaro cuja duração tenha sido de 1 hora e meia”.
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