Um grupo de 68 deputados federais denunciou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Tribunal Penal Internacional, nesta sexta (23), por “antissemitismo” pela declaração que comparou a reação de Israel contra o Hamas ao Holocausto nazista.
A declaração de Lula foi dada no último final de semana durante um discurso na reunião de cúpula da União Africana e abriu uma crise diplomática entre o Brasil e Israel. O presidente foi declarado “persona non grata” pelo governo israelense e alvo de cobranças diárias pela chancelaria do país.
O grupo é formado por deputados da oposição e liderado por Rodolfo Nogueira (PL-MS), que considerou a comparação feita por Lula como “inadmissível e irresponsável”.
“É inadmissível e irresponsável comparar situações incomparáveis, especialmente considerando o direito legítimo de Israel de se proteger e se defender. Declarações como as proferidas pelo presidente Lula apenas fomentam o discurso de ódio e o antissemitismo”, disse.
Entre os signatários, estão deputados como Caroline de Toni (PL-SC), cotada para assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara neste ano, Giovani Cherini (PL-RS), primeiro vice-líder do PL na casa; Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição, e Bia Kicis (PL-DF), líder da minoria.
Na justificativa da denúncia, os deputados afirmam que Lula cometeu “crime contra a humanidade, atingindo o povo judeu” pelas declarações que “distorcem a realidade histórica de forma deturbada” e “promovem uma narrativa que pode incitar à hostilidade, ao ódio e à discriminação contra um povo e sua legítima defesa.
“Tal equiparação é um ato de irresponsabilidade e desinformação que desconsidera completamente o contexto e a natureza dos eventos em questão. Comparar as operações militares de um Estado soberano, em legítima defesa contra um grupo terrorista ,reconhecido internacionalmente, aos horrores perpetrados pelo regime nazista é um insulto à memória das vítimas do Holocausto e uma afronta à dignidade daqueles que lutam contra o antissemitismo”, afirmam no documento a que a Gazeta do Povo teve acesso.
Os deputados afirmam que as declarações do presidente tentam, ainda, “deslegitimar as medidas defensivas de Israel perante a comunidade internacional”, minando “os esforços para garantir a segurança e a proteção de sua população civil”.
Os parlamentares vão além e pontuam que Lula discorda da legítima existência do Estado de Israel, o que, afirmam, se configura como uma perseguição “por razões de nacionalidade ao povo judeu”, endossando grupos terroristas.
“As declarações de Luiz Inácio Lula da Silva não só desrespeitam a memória das vítimas do Holocausto e a soberania de Israel, mas também se enquadram na definição de crime contra a humanidade, conforme delineado pelo Estatuto de Roma”, completam.
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