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Diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa.
Diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, prestou esclarecimentos nesta quarta-feira (25), no Congresso Nacional, sobre a operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores da Abin e o uso do programa espião para monitorar cerca de 30 mil pessoas, de 2019 a 2021. A reunião, realizada pela Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), ocorreu de forma fechada com a presença do ex-diretor da Abin, delegado Alexandre Ramagem (PL-RJ).

As informações sobre a reunião foram divulgadas, em coletiva de imprensa, pelo presidente do colegiado, deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP). Segundo o deputado, apenas o início da reunião foi transmitido, devido a relevância do assunto, mas foi necessário manter fechada por conta dos sigilos de determinadas informações.

Logo no início da reunião, o diretor da Abin criticou a gestão passada e fez acusações na frente do ex-diretor que comandava a inteligência no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Corrêa ressaltou que se trata de fato passado e que a Agência tem todo o interesse e compromisso de esclarecer a questão.

“A operação se refere a fatos passados até 2021. Tão logo assumimos a gestão, percebemos um apuratório não conclusivo. Imediatamente foi instaurada uma sindicância com todo o suporte necessário para a Corregedoria [da Abin]”, disse. Em seguida, Corrêa complementou: “não temos compromisso com erros no passado, no presente nem no futuro. Os fatos estão sendo exaustivamente apurados nos campos administrativo, judicial e policial”.

O gestor da Abin ainda assegurou o compromisso com a transparência. “O importante é deixar claro o compromisso com a transparência e com a atividade de Inteligência como garantidora do Estado Democrático de Direito. Uma Inteligência que tem que estar à altura da posição do Brasil”, declarou.

A reunião fechada durou cerca de 2 horas, e ao final o diretor da Abin saiu sem dar qualquer declaração.

Na coletiva de imprensa, o presidente da comissão evitou dar muitos detalhes do que foi discutido na reunião assim como tecer qualquer acusação contra o deputado Ramagem. “É precipitado fazer qualquer tipo de declaração no momento. Vamos aguardar o recebimento de algumas informações para deliberar sobre a quebra de sigilo, mas isso será discutido apenas assim que recebermos”, declarou.

O deputado Alexandre Ramagem rebateu às acusações atribuídas a ele sobre suspeitas de monitoramento irregulares feitos pela agência, além de ter contestado a operação realizada no dia 20 de outubro pela PF. “A operação policial só foi possível porque na nossa gestão na Abin apuramos a regularidade da ferramenta. Não estou entre os investigados. Os dois servidores presos na operação tiveram início de processo de demissão na nossa gestão. (…) A ferramenta foi adquirido em 2018 (governo Temer) com função de localização. E há notícias de que dados foram apagados recentemente”, escreveu em uma rede social.

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